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Sem unidades estaduais, acesso ao seguro-desemprego fica mais difícil no Rio

Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 22/05/2015 - 16:10
 - Atualizado em 22/05/2015 - 17:35
Rio de Janeiro

Dificuldade de agendamento, espera para atendimento e burocracia são as principais queixas para acessar o seguro-desemprego, no Rio de Janeiro, desde que as 56 unidades estaduais do Sistema Nacional de Emprego (Sine) deixaram de atender no início desta semana. 

As unidades fecharam devido ao término, no dia 14 de maio, do contrato de gestão dos postos da Secretaria de Estado de Trabalho e Renda (Setrab) com o Instituto Brasileiro de Administração e Apoio Universitário do Rio de Janeiro (Ibap). Quem precisar do serviço deve procurar um dos 56 postos vinculados ao Ministério do Trabalho espalhados pelo estado.

Na sede do Ministério do Trabalho, no centro da capital, a orientação é que somente os demitidos há mais de 90 dias podem ser atendidos sem agendamento. Os demais devem agendar o atendimento pela internet. Quem não fizer o requerimento em até 120 dias após a demissão perde o direito.

Desempregada desde de dezembro do ano passado, Thaiza Dinis, 21 anos, reclamou que desde o início do ano enfrenta problemas para agendar o atendimento e teme perder o benefício.

“Já é a segunda vez que venho e não consigo dar entrada no seguro. Ontem eles falaram que poderia resolver tudo em um dia. Hoje (22) me disseram que ganhei outro prazo e já tenho outra data para tentar fazer a homologação e tentar agendar pelo site.”

“Eles disseram para acessar o site depois da 0h, mas para não passar da 0h10. Enquanto isso vai passando o tempo e daqui a pouco não vou ter direito a nada”, disse.

Apesar da grande rotatividade em busca de informação e atendimento, a fila era pequena. Alguns já haviam ido ao local, mais de uma vez, sem conseguir o benefício. “Estou tentando o seguro-desemprego há mais ou menos um mês. Há dez dias, consegui fazer o agendamento nesse posto. Cheguei às 4h e fui atendido às 10h, porque o sistema estava fora do ar. Vim hoje, mas terei que voltar na semana que vem, porque ficou faltando um documento. A burocracia é muito grande”, observou Carlos Alberto da Silva, 44 anos, que perdeu o emprego de manobrista em janeiro deste ano. 

“Vim na terça-feira (19) e a fila estava enorme. Cheguei às 10h30 e só fui atendida às 14h, porque o sistema estava fora do ar. Consegui agendar para hoje, estão dizendo que meu nome não consta na lista”, relatou Lúcia da Silva Souza, 36 anos, que perdeu o emprego em janeiro na área de serviços gerais.

Funcionários no local comentaram que a queda no sistema de dados e da internet costuma ocorrer com frequência, o que piora mais o serviço.

A Setrab informou que nomeou na terça-feira (19), como medida emergencial, servidores para atuar nos postos do Rio Poupa Tempo, em parceria com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Energia Indústria e Serviços (Sedeis), na emissão de Carteira de Trabalho e na concessão de seguro-desemprego. O processo para reabertura dos serviços nesses postos está em andamento.

Estudos para nova licitação de gerenciamento dos postos do Sine começaram em janeiro e o processo se encontra na Comissão de Programação Orçamentária e Financeira do Estado do Rio de Janeiro (Copof). A Setrab não deu prazo para nova contratação. Uma comissão de avaliação foi criada para investigar se as obrigações acordadas com o Ibap estão sendo cumpridas. Nenhum representante do Ibap-Rj foi encontrado para comentar o assunto.

O Sine/Setrab atendeu, em 2014, a 257.029 trabalhadores para emissão do seguro-desemprego. Em 2015, a média mensal ficou em 18 mil atendimentos.

Até o fechamento desta matéria, a Agência Brasil não obteve informações do Ministério do Trabalho e Emprego sobre o assunto.

 

A matéria foi alterada às 17h35 para esclarecimento de informações