Ministério Público e PM do Rio investigarão policiais do Bope no caso Amarildo
O Comando-Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro determinou a abertura de inquérito policial militar (IPM) para apurar a possível participação de agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na ocultação do cadáver de Amarildo de Souza. O pedreiro desapareceu em junho de 2013, durante uma operação policial na comunidade da Rocinha, zona sul do Rio.
A abertura do IPM foi anunciada um dia após o Ministério Público do Estado (MPRJ) anunciar que investigará a eventual atuação dos policiais, com base na análise de imagens de câmeras da comunidade e na informação do GPS (localizador por satélite) dos carros do Bope.
As imagens mostram quatro caminhonetes do Bope chegando no final da noite à base da UPP, onde, de acordo com o Ministério Público, Amarildo tinha acabado de ser torturado e morto. Depois de alguns minutos, os carros saem. Segundo o MPRJ, as câmeras registram, na caçamba de uma das caminhonetes, um volume compatível com o de um corpo embalado.
Essa caminhonete teria ficado com o GPS desligado ao sair da base da UPP. O corpo de Amarildo nunca foi encontrado. Mesmo assim, pelo menos 20 policiais militares, integrantes da UPP da Rocinha, foram denunciados pela tortura e morte do pedreiro.