Microempreendedores de comunidade do Rio têm empréstimos a juros baixos

Publicado em 08/06/2015 - 15:21 Por Da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Os microempreendedores da Comunidade do Arará/Mandela, em Benfica, zona norte do Rio, receberam hoje (8) uma unidade móvel da Agência Estadual de Fomento (AgeRio), onde poderão pegar empréstimos investir em suas microempresas. Os valores variam de R$ 300 a R$ 15 mil, com taxa de juros de 0,25% ao mês (3% ao ano) e o prazo para pagamento é de até 24 meses. Segundo a AgeRio, o objetivo do programa é facilitar o acesso ao crédito de microempreendedores de comunidades onde já funcionam unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).

Na sua quinta edição, o Circuito Moda Carioca, evento que oferece peças de vestuário a preço de fábrica, movimenta a economia do Rio (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Vestuário está entre os ramos de negócio mais presentes na comunidade)Tânia Rêgo/Agência Brasil

Os empreendimentos mais financiados estão nos ramos de beleza, vestuário e alimentação. Os três tipos de negócios respondem por 65% dos empréstimos concedidos desde 2012, informou a agência. Segundo o superintendente de Microcrédito da AgeRio, Helber Venâncio, o programa visa a contribuir para o desenvolvimento econômico e social das comunidades pacificadas ou em processo de pacificação.

"Já financiamos mais de 7.500 empreendedores e foram aplicados mais de R$ 32 milhões. Atuamos em todas as comunidades pacificadas, buscando criar melhores condições de atendimento, fortalecendo a nossa atuação. Temos tido casos de sucesso, e o principal resultado do nosso trabalho é a autoestima e a criação de referências positivas em um ambiente de carência e necessidade”, explicou Venâncio.

A unidade móvel da Comunidade do Arará/Mandela deve atender a grande parte do comércio local. Para o comerciante Carlos Roberto Provenzano, de 36 anos, o empréstimo pode ser uma boa oportunidade para ampliar os negócios e abrir novas pizzarias e lanchonetes na comunidade. "Eu já tenho uma loja lá fora, agora eu quero expandir aqui para dentro da comunidade. Tentei pegar empréstimo no banco para reformar o espaço, mas os juros são muito altos”, contou Provenzano.

Ele disse que precisa de R$ 5 mil para ampliar seu empreendimento. Caso consiga tomar o empréstimo pela AgeRio vai “reformar rápido a loja e colocar a pizzaria e a lanchonete para funcionar logo".

O chaveiro Felipe Barbosa, de 28 anos, trabalha há três anos na comunidade, perto de uma base de Polícia Pacificadora. Barbosa disse que seu trabalho gera bons resultados, mas gostaria de ampliá-lo. "Graças a Deus, a favela está suprindo as minhas necessidades e dá para trabalhar e pagar as contas, mas eu estava querendo investir em máquinas, trabalhar com codificação de chaves de carro, e isso exige um orçamento um pouquinho maior.”

A comunidade do Arará/Mandela tem cerca de 12.500 moradores e ainda é carente de outros serviços, segundo o presidente da Associação de Moradores do Parque Éredia de Sá, Elso de Oliveira. Para ele, a ajuda aos microempreendedores pode ajudar a expandir os negócios, mas a comunidade sente a falta de projetos sociais.

Edição: Marcos Chagas

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