Em São Paulo, trabalhadores protestam contra ajuste fiscal e terceirizações

Publicado em 25/06/2015 - 22:27 Por Elaine Patrícia Cruz - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Terminou por volta das 21 horas de hoje (25), no Largo da Batata, em São Paulo, o protesto organizado por movimentos sociais e sindicais que recebeu o nome de Quinta-Feira Vermelha. Eles protestavam contra o ajuste fiscal, o projeto de lei das terceirizações, o financiamento privado nas campanhas eleitorais, a redução da maioridade penal e pediam o lançamento imediato do Programa Minha Casa, Minha Vida 3. Segundo a Polícia Militar (PM), 2 mil pessoas participaram do ato, enquanto os organizadores estimaram 30 mil pessoas. O ato transcorreu de forma pacífica.

O protesto teve início no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), por volta das 17h, e seguiu pela Avenida Paulista com destino ao Largo da Batata. Na avenida, os manifestantes fizeram uma parada de cerca de 20 minutos em frente ao escritório da Presidência da República, onde queriam protocolar uma lista de reivindicações que desejam ver atendida pelo governo federal. Depois, eles continuaram a caminhada pelas avenidas Rebouças e Faria Lima, e antes de chegarem ao Largo da Batata fizeram nova parada em frente à sede da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

“Paramos aqui para simbolizar a nossa denúncia ao financiamento empresarial de campanha. Os bancos estão entre os maiores financiadores de campanha eleitoral, junto com as empreiteiras. Hoje, esse ato é contra a ofensiva antipopular que tem ocorrido, tanto com o governo federal, com o ajuste [fiscal], quanto com o Congresso Nacional”, disse Guilherme Boulos, um dos líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), um dos movimentos que organizou o protesto.

Os sem-teto, principais manifestantes do ato de hoje, reivindicavam principalmente a liberação imediata do Programa Minha Casa, Minha Vida 3, que segundo o Ministério das Cidades, só será lançado no final de agosto.

“O Ministério das Cidades considera justas as reivindicações do movimento e esclarece que a fase 3 do Programa Minha Casa, Minha Vida deverá ser lançada no final de agosto, já que ainda está em discussão com todos os segmentos envolvidos – governos subnacionais, agentes financeiros, entidades organizadas em representação de sociedade civil, segmentos da construção (indústrias do cimento, das esquadrias, piso etc)”, diz a nota do ministério, divulgada nesta quinta-feira.

Boulos classificou, porém, a nota como “lamentável”. “O programa era para ter sido lançado em janeiro. Depois o ministério adiou para março, junho. O ministério está sem credibilidade para dizer agora que é em agosto. Temos dificuldades para acreditar, porque foram dados vários prazos que não foram cumpridos, e mesmo que seja cumprido não é suficiente, porque o programa tinha que ter sido lançado ontem. Não foram contratadas obras ou moradias no país, neste ano, por conta disso. Isso é inadmissível”, disse ele. Segundo Boulos, caso o prazo seja mantido, “até agosto serão pelo menos 60 dias de luta do MTST no país todo”.

A Agência Brasil não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da Febraban para comentar o protesto na noite de hoje.

Edição: Stênio Ribeiro

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