Secretário diz que investigação de chacina em SP continua em “ótimo ritmo”

Publicado em 25/08/2015 - 14:44 Por Flávia Albuquerque – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, disse hoje (25) que a investigação sobre o envolvimento de 18 policiais militares (PMs) nas chacinas ocorridas em Osasco e Barueri, que deixaram seis pessoas feridas e dezoito mortas, continua em um ótimo ritmo, com  força-tarefa para trabalhar no caso atuando com rapidez.

“Temos muito material apreendido sendo analisado. São documentos, aparelhos de telefone celular, armas, informações de testemunhas, imagens que obtivemos ao longo da semana passada. O que precisamos agora é cruzar as informações que já temos, aguardar as informações das novas armas apreendidas e de celulares que estão sendo periciados, para então termos um panorama mais definitivo”, afirmou Morais, após divulgar os índices da criminalidade no estado.

O secretário evitou responder a perguntas dos jornalistas e não confirmou a informação divulgada ontem (24) pela imprensa de que um PM de 30 anos, que prestava serviços administrativos no prédio das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), foi detido no prédio da Corregedoria da Polícia Militar.

“As investigações continuam normalmente, e realizamos o necessário dentro do ordenamento jurídico para obter as informações. Não podemos antecipar ou divulgar informações que podem atrapalhar as investigações. Há momentos em que não há nada para noticiar, porque atrapalha. Estamos empenhados, e não podemos deixar que informações acabem prejudicando as investigações. No momento certo, tudo será detalhado”, disse Moraes.

Ele ressaltou que as investigações continuam abordando quatro linhas e que três hipóteses principais estão sendo consideradas. A primeira é que os crimes tenham sido cometidos por policiais militares em resposta à morte do PM Avenilson Pereira de Oliveira no dia 7 de agosto, em Osasco.

A segunda, em resposta à morte de um guarda civil, no dia 12 de agosto, em Barueri. Uma terceira hipótese é de participação de traficantes. É também considerada a hipótese de eventual participação conjunta de policiais militares e guardas municipais nas mortes.

"Continuamos nas quatro linhas de investigação. Não podemos nos dar o erro de eventualmente descartar uma [linha], enquanto não houver provas para sua exclusão. Enquanto estivermos cruzando dados e tivermos outras revelações, não podemos excluir nada”, ressaltou o secretário.

Segundo Morais, a Secretaria de Segurança Pública não lida com a hipótese de haver grupos de extermínio nas polícias. “Não há comprovação de participação de policial ou de parente. Se houvesse, já teríamos pedido a prisão.”

Uma força-tarefa, formada por 50 policiais, foi criada para investigar as mortes. Promotores do Ministério Público também estão acompanhando as investigações. Na semana passada, a Corregedoria da Polícia Militar convocou 32 policiais que trabalhavam em Osasco e Barueri, na noite da última quinta-feira (13), quando ocorreu a chacina, para colaborar como testemunhas nas investigações. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, os 32 PMs são do 42º Batalhão, em Osasco, e do 20º Batalhão, em Barueri.

Edição: Maria Claudia

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