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Rio: Anistia pede rapidez na investigação de jovem morto durante ação policial

Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/09/2015 - 21:50
Rio de Janeiro

A organização Anistia Internacional divulgou nota pedindo que seja feita uma investigação urgente da morte do adolescente Cristian Soares Andrade, de 13 anos, baleado na manhã desta terça-feira (8), na Favela de Manguinhos, zona norte do Rio.

O jovem foi atingido durante uma troca de tiros entre traficantes e policiais civis e militares, que realizavam uma operação para tentar prender quatro pessoas suspeitas de terem executado um policial militar em abril, no bairro Ilha do Governador.

O diretor executivo da Anistia Internacional Brasil, Atila Roque, disse, em nota, ser contra a violência que marca as ações das polícias no país. “Mais uma vez uma criança é morta, resultado dessa lógica de guerra que marca a política de segurança pública no Brasil e vitima, majoritariamente, jovens negros das periferias das cidades”.

A entidade, ligada à defesa dos direitos humanos em todo o planeta, pediu que a investigação ocorra sem lentidão. “A Anistia Internacional pede que o caso seja investigado de forma célere e os responsáveis sejam levados à Justiça. A organização condena o uso da força e de armas de fogo de forma desnecessária e irresponsável por parte das polícias, que continuam resultando em mortes, e defende a incorporação dos princípios básicos para uso da força e arma de fogo das Nações Unidas na legislação nacional e estadual”.

Mais cedo, durante entrevista coletiva, o titular da Divisão de Homicídios, delegado Rivaldo Barbosa, garantiu que a investigação seria isenta e não corporativa. Ele mandou identificar e apreender todas as armas dos policiais civis e militares ligados diretamente com a ação. Ele disse que, no momento, não há como afirmar se o tiro que matou Cristian partiu de uma arma da polícia ou do tráfico.

Por causa do tiroteio e do protesto de moradores da comunidade após a morte de Cristian, que chegaram a interromper o tráfego na Avenida Leopoldo Bulhões, na zona norte da cidade, seis escolas, três espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) e uma creche tiveram que suspender as atividades, deixando 2.989 alunos sem aulas.