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Ministra estima que lama vai causar morte de muitas espécies no mar

Ana Cristina Campos – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 23/11/2015 - 22:26
Brasília
Brasília - Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, fala à imprensa após encontro da presidenta Dilma Rousseff com os governadores de MG, Fernando Pimentel e do ES, Paulo Hartung (Valter Campanato/Agência Brasil)
© Valter Campanato/Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse hoje (23) que o esforço do governo é mitigar o impacto ambiental, mas reconheceu que muitas espécies de fauna vão morrer por causa da lama com rejeitos de minério que vazou do rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Mariana (MG), no dia 5 deste mês. A lama atingiu o mar nesse domingo (22) e se espalhou por uma extensão de cerca de 10 quilômetros no litoral do Espírito Santo.

A ministra sobrevoou nesta segunda-feira a área atingida pela lama na foz do Rio Doce e em parte do litoral capixaba e depois falou à imprensa: “Amanhã chega aqui um barco de pesquisa da Marinha, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo, exatamente para fazer os testes e avaliar. Mas, obviamente, teremos morte de fauna. Para isso, os biólogos estão monitorando e preparando os laudos”, disse Izabella Teixeira em Linhares (ES), após reunião com o governador Paulo Hartung, representantes de instituições da sociedade civil e demais instituições envolvidas.

Segundo a ministra, a lama não terminou de cruzar o Rio Doce e ainda não é possível estimar um prazo para o término desse processo: “Obviamente, tem as barreiras de contenção. Isso ajuda a minimizar o impacto na fauna, mas teremos impacto bastante expressivo. Tem ainda muita lama no leito do rio, a lama ainda está descendo. Eu determinei que o monitoramento seja de, no mínimo, entre 90 e 120 dias”.

Para Izabella, o cenário atual requer continuidade dos atendimentos emergenciais à população.A prefeitura de Linhares interditou as praias de Regência e Povoação após a chegada ao mar da lama. A população dessas localidades vive da pesca e do turismo e tem as atividades prejudicadas com a água barrenta que avança no mar.

“Conversamos com as autoridades sobre as medidas emergenciais para avisar as populações isoladas que vivem ao longo do Rio Doce ou os pescadores na foz do rio. Estamos notificando a empresa [Samarco] para que ela atenda essas populações de maneira articulada com o governo do estado e com o município”, afirmou a ministra.