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Campo Olímpico de Golfe recebe torneio e apresenta trabalho de sustentabilidade

Vinicius Lisboa - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 08/03/2016 - 15:41
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - A golfista brasileira Miriam Nagl participa de evento-teste para os Jogos Rio 2016  (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

 Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A golfista brasileira Miriam Nagl participa de evento-teste de golfe para os Jogos Rio 2016Tânia Rêgo/Agência Brasil

Uma das instalações mais polêmicas dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o Campo de Golfe recebe hoje (8) sua primeira competição, o Desafio de Golfe Aquece Rio, um evento-teste com nove atletas brasileiros.

A construção, dentro da Área de Proteção Ambiental Marapendi, na zona oeste, gerou críticas e manifestações de ativistas que passaram meses acampados em frente ao terreno da obra. O Ministério Público do Rio de Janeiro MP-RJ) chegou a mover uma ação civil pública em 2014 para questionar a licença ambiental do campo, que foi inaugurado em novembro do ano passado.

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O golfista brasileiro Alexandre Rocha também participa do evento-testeTânia Rêgo/Agência Brasil

A pedido da Justiça, em dezembro um perito visitou o local para avaliar o trabalho de sustentabilidade e, segundo o Comitê Rio 2016, emitiu um laudo em 24 de fevereiro aprovando a preservação da área. A assessoria de imprensa do MP-RJ informou que o órgão ainda vai emitir parecer sobre o laudo.

Segundo o comitê, o terreno estava degradado no início da construção e foi feito um trabalho de recuperação ambiental, ampliando a área preservada em 167%.  Espécies nativas como o jacaré de papo amarelo, a coruja buraqueira e o bicho-preguiça podem ser encontradas no local.

Entre os competidores que participam do evento está o campeão do Brasil Open 2015 Alexandre Rocha e Miriam Nagl, que levaria a vaga olímpica brasileira por sua posição no ranking se a disputa fosse encerrada hoje.

De acordo com o ministro do Esporte, George Hilton, a instalação do campo de golfe trouxe benefícios para a área de preservação e seu funcionamento vai estimular o turismo e os negócios em torno do esporte.

Já o presidente do Comitê Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, considerou que os questionamentos do MP e o trabalho de preservação fazem com que a imagem dos jogos seja mais positiva. "Uma das áreas mais icônicas, um legado extraordinário", acrescentou.

A presença de animais e vegetação nativa de Mata Atlântica gerou alertas dos organizadores à imprensa e aos convidados do evento. Além de cuidados como não fumar e não deixar lixo no campo, pediram para que as pessoas se afastassem dos animais e ninhos de aves e evitassem pisar na vegetação. Ao encontrar uma das espécies, a recomendação é se afastar e avisar à organização.

Segundo a coordenadora de Sustentabilidade da Rio 2016, Carina Flores, mesmo os atletas terão de se afastar dos animais e plantas. Caso a bola caia em uma área com presença de fauna ou flora preservada, ela será recuperada por técnicos, de modo que a jogada seja retomada em outro lugar.

O levantamento da equipe da Rio 2016 revela que há 250 espécies vegetais e 263 animais na região. No início do trabalho, segundo Carina, havia cerca de 130 espécies animais, número que, conforme afirmou, cresceu após as ações de preservação.

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O evento-teste para os Jogos Rio 2016 conta com a participação de nove atletas brasileirosTânia Rêgo/Agência Brasil

"Estamos no meio de um corredor verde, na reserva e perto da Lagoa de Marapendi. Como a área foi recuperada, mais animais entraram em busca de habitat e alimento", afirmou a coordenadora.

O presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Paulo Pacheco, destacou que os custos de manutenção do campo crescem por causa dos cuidados com a sustentabilidade.

A confederação ficará responsável pelo local após a Olimpíada e está em um busca de parceiros privados que ajudem a custear os R$ 500 mil mensais com manutenção.

Para Pacheco, a competição será importante para testar a mobilidade dos atletas no campo e os medidores eletrônicos que dão apoio ao esporte. "O campo não precisa ser testado. Na realidade, o campo já está em condições de jogo."

Com o fim dos jogos, a confederação planeja desenvolver um projeto social com crianças de escolas públicas e particulares no campo para a prática gratuita de golfe e aulas de inglês.

Pacheco disse ainda que está em estudo o valor a ser cobrado de quem quiser utilizar o campo, mas adiantou que será "baixo" para residentes no Rio de Janeiro.