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Telas com inseticida são instaladas em casas de grávidas em Belo Horizonte

Léo Rodrigues – Correspondente da Agência Brasil
Publicado em 09/03/2016 - 19:41
Belo Horizonte
Telas com inseticida são instaladas em casas de gestantes em BH

As telas são impregnadas com o inseticida cipermetrina e tem uma validade de cinco anos ou 20 lavagensLéo Rodrigues/Agência Brasil

Mais uma medida vem reforçar o combate ao Aedes Aegypti em Belo Horizonte. Começaram a ser instaladas hoje (09) telas de proteção com inseticida em janelas das residências onde vivem mulheres grávidas. A ação adotada pela prefeitura é pioneira no país e ajuda a impedir que o mosquito leve o vírus Zika às gestantes, o que poderia causar microcefalia nos bebês. Também é uma proteção contra as demais doenças transmitidas pelo Aedes: dengue e febre chikungunya.

As telas têm uma validade de cinco anos ou 20 lavagens e são impregnadas com o inseticida cipermetrina, oferecendo assim uma barreira física e bioquímica ao Aedes. A morte do mosquito leva algum tempo após o contato. A instalação da tela, no entanto, não elimina a necessidades das outras ações. "Não adianta colocar a proteção e a gestante manter água parada no quintal", alerta o secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta.

Aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a tela já havia sido utilizada para combate ao Aedes aegypti antes mesmo das primeiras contaminações por vírus Zika. "Durante um ano e meio, instalamos, em caráter experimental, cerca de 100 telas nos bairros Salgado Filho e Piratininga e os resultados foram positivos. Com as ocorrências de vírus Zika, fizemos uma adaptação para o atendimento às gestantes", explica o secretário municipal de Saúde, Fabiano Pimenta.

Ao longo do período experimental, a tecnologia foi sendo melhorada para alcançar um preço acessível. O custo atual das telas e da instalação é estimado em R$ 300 por casa. Segundo o secretário municipal de Saúde, a meta é atingir as residências de todas as mulheres nos dois primeiros trimestres de gravidez, que se localizem em bairros onde a circulação do vírus Zika é confirmada.

Nesta tarde, foi feita a instalação de telas em duas casas no bairro Jardim Guanabara, na zona norte da capital mineira. O posto de saúde local atende cerca de 60 pacientes por dia com suspeita de dengue.

Uma das beneficiadas é Izabelle Gomes, monitora de escola integral, que descobriu sua gravidez ontem (08) e foi contatada ainda no mesmo dia por agentes da prefeitura. Nesta tarde, as telas já estavam sendo instaladas em sua residência. "Fiquei mais aliviada. Eu não fico só em casa, eu trabalho. Mas pelo menos aqui eu estou tranquila. Infelizmente, não está dando para bobear", diz Izabelle.

Segundo o último boletim da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado na sexta-feira (04), dos 340 casos suspeitos de vírus Zika em residentes de Belo Horizonte, nove foram confirmados e 13 foram descartados. Os demais seguem em investigação. Dos nove casos com resultado positivo, três são de gestantes residentes na zona norte.