Brasileiros apostam na criatividade para fechar negócios em feira em Bogotá

Publicado em 18/10/2016 - 16:35 Por Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil* - Bogotá

O estilista de Brasília Daniel Larsan apresenta seu terno criado para andar de bicicleta a um interessado durante o Micsul

O estilista de Brasília Daniel Larsan apresenta seu terno criado para andar de bicicleta a um interessado durante o Micsul Sabrina Craide/Agência Brasil 

Imagine um terno que seja confortável para usar em dias quentes e ainda garanta a mobilidade necessária para andar de bicicleta. Essa é a ideia trazida pelo estilista brasiliense Daniel Larsan para o Mercado de Indústrias Culturais do Sul (Micsul), que ocorre em Bogotá, na Colômbia. As roupas são feitas com tecidos leves e sem forro e os ternos têm um zíper nas costas que pode ser aberto para permitir os movimentos. Tudo priorizando a sustentabilidade e sem comprometer a estética.

“Quem está usando sabe que as roupas são melhores para se mover, para andar de bike, mas isso não está informado nela. Quem vê não julga isso, quem usa é que sabe”, disse o estilista. Larsan veio ao Micsul para apresentar seu produto e fazer contatos com empresários do setor têxtil de outros países, para buscar tecidos e estampas diferenciados. As roupas começarão a ser vendidas no mês que vem, e em pouca quantidade, cerca de 50 peças.

O coordenador do Media Lab da Universidade Federal de Goiás, Cleomar Rocha, que também participa do Micsul, aprovou a novidade apresentada por Larsan. “Gosto da proposta, acho fundamental aliar as questões dos modelos com os processos de tecnologia têxtil”, disse. O terno especial também chamou a atenção do peruano Mauricio Navarro, que pegou os contatos de Larsan para negociar o produto em outra ocasião. “Gostei da ideia, é muito inteligente, me sinto incomodado quando uso terno”, disse.

Cordel e repente

A autora de cordel Telma Queiroz quer apresentar a publicação tipicamente brasileira a compradores da América Latina

A autora de cordel Telma Queiroz quer apresentar a publicação tipicamente brasileira a compradores da América Latina Sabrina Craide/Agência Brasil 

Telma Queiroz veio de São Paulo apresentar cordel e repente brasileiros para outros países sul-americanos. Ela representa o Cordel na Pauliceia, um coletivo de 15 autores de cordéis que têm, juntos, cerca de 280 títulos. O trabalho é divulgado em saraus e escolas, e têm formatos diferenciados, com a adaptação de clássicos da literatura brasileira como Macunaíma, de Mário de Andrade, e Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis; além de clássicos infantis como Cinderela.

Além da venda dos produtos, a empresária busca no Micsul uma integração maior com a América Latina, com a possibilidade de divulgação dos cordéis em saraus. Telma já conversou com empresários do Equador e da Argentina, que se interessaram pelas publicações. “As pessoas não conhecem o cordel, por isso acho que é muito importante estar aqui. Além disso, tem o preço, que é um diferencial”, disse.

Livros de moda

A editora Estação das Letras e Cores, de São Paulo, especializada em livros acadêmicos na área de moda, comunicação e design, também está no Micsul para promover seus produtos e fazer contatos com outras empresas e universidades. Segundo a representante da editora, Kathia Castilho, esse mercado está crescendo muito na América Latina.

Representante de uma editora de livros acadêmicos de moda, comunicação e design, Kathia Castilho deve participar de mais nove rodadas de negócios no Micsul

Representante de uma editora de livros acadêmicos de moda, comunicação e design, Kathia Castilho deve participar de mais nove rodadas de negócios no MicsulSabrina Craide/Agência Brasil 

No Micsul, a empresária já conversou com representantes de uma empresa de editoria digital da Colômbia e da Universidade de Roma e pretende participar de pelo menos mais nove rodadas de negócios até o fim do evento. “A ideia é tentar fazer contatos para futuramente levar a conversa adiante. Também temos conversas agendadas diretamente com universidades”, contou.

Micsul

O ministro da Cultura, Marcelo Calero, visitou hoje (18) o evento e disse que as indústrias criativas são um dos principais ativos do Brasil. “A gente entende a cultura e todas as indústrias criativas como parte de uma estratégia de desenvolvimento socioeconômico do país. A nossa inserção no mundo vai ser mais competitiva à medida que a gente, de fato, invista mais nesses setores”, disse o ministro à Agência Brasil. Calero destacou que o ministério criou recentemente a Secretaria da Economia da Cultura para desenvolver políticas e estratégias para este segmento.

O ministro da Cultura, Marcelo Calero, em visita ao Micsul

O ministro da Cultura, Marcelo Calero, em visita ao Micsul Sabrina Craide/Agência Brasil 

O Micsul é considerado o principal encontro regional voltado a mercados culturais e criativos da América do Sul. O Brasil participa do evento com 60 empresários de seis setores das indústrias culturais: audiovisual, livro e leitura, música, artes cênicas, videogames e design, que foram selecionados pelo Ministério da Cultura e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Esta é a segunda edição do evento, que vai até o dia 20 de outubro. A próxima edição, em 2018, será realizada no Brasil.

*A repórter viajou a convite da Apex-Brasil

Edição: Luana Lourenço

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