Manifestantes protestam contra aumento da tarifa do transporte em São Paulo

Publicado em 12/01/2017 - 18:36 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Manifestantes protestam hoje (12), na Avenida Paulista, contra o aumento da tarifa do transporte público na modalidade integração (ônibus e trilhos), nos bilhetes mensal e semanal na capital paulista e nos terminais de ônibus intermunicipais. Organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL), o ato ocupa a Praça do Ciclista. Os manifestantes se reúnem desde as 17h no local e devem sair em passeata até a casa do prefeito João Doria.

"Ao aumentar as tarifas em mais que o dobro da inflação, Doria e Alckmin [Geraldo Alckmin, governador do estado de São Paulo] penalizam a população mais pobre da cidade, pessoas que moram em lugares afastados justamente por não ter condições de morar em regiões centrais", diz o MPL na carta de convocação do protesto.

De acordo com o movimento, o aumento institui uma cobrança proporcional no sistema de transportes: paga mais quem percorre maiores distâncias.

"Tal lógica vai na contramão da condição de direito social do transporte público, reconhecido constitucionalmente. Ao cobrar mais caro dos mais pobres, prefeito e governador agem deliberadamente para a expulsão dessas pessoas da cidade, restringem seu direito de acesso a todos os equipamentos urbanos fundamentais à sobrevivência, como escolas e hospitais, o que na atual crise econômica torna as condições de vida exponencialmente mais agravantes", diz o MPL.

Integrantes do movimento disseram que, apesar de o aumento ter sido judicialmente suspenso, o grupo não sairá das ruas até que o governador e o prefeito recuem da decisão de aumentar as tarifas.

Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos (STM) informou que as tarifas de integração do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) foram alteradas e voltaram a ter o preço praticado antes do reajuste. Para os ônibus intermunicipais da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU, a correção das tarifas vai começar a valer a partir da 0h de amanhã (13).

Segundo a secretaria, “o atendimento da ordem liminar impacta financeiramente de forma drástica e prejudicial o sistema de transporte e os cofres do governo do estado”.

De acordo com o governo paulista, se a decisão que proibiu o reajuste for mantida, o impacto financeiro em 2017 será de R$ 220 milhões.

Texto atualizado às 19h43 para acréscimo de informações sobre o posicionameno do governo paulista

Edição: Juliana Andrade

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