PM do Rio: é preciso atuar nas causas para não ser cobrada pelas consequências

Publicado em 06/04/2017 - 21:14 Por Douglas Corrêa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A Polícia Militar do Rio de Janeiro divulgou uma nota hoje (6) em que se posiciona sobre as operações que a corporação faz em áreas de conflito como a comunidade de Acari e a realização de ações em áreas próximas a instituições de ensino. A PM diz que tem todo o interesse em ampliar o debate em relação à segurança nas escolas. “Entendemos que a segurança pública é um assunto complexo. É preciso atuar nas causas para evitar que a corporação seja cobrada pelas consequências”.

Numa ação na quinta-feira (30) resultou na morte da estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, quando fazia educação física na quadra da Escola Municipal Jornalista E Escritor Daniel Piza. O secretário municipal de Educação, Cesar Benjamin, pediu que tenha um encontro com a área de segurança pública para que as ações contra o tráfico de drogas sejam programadas e fora do horário das aulas.

Na ação, o sargento David Gomes Centeno e o cabo Fabio de Barros Dias executaram dois homens, caídos, junto ao muro da escola municipal, e que teriam participado de uma troca de tiros com cinco militares e ficaram feridos durante o confronto. Um vídeo grava a cena em que os dois homens são executados pelos militares.

A nota da PM esclarece que é uma das poucas instituições que atuam em áreas conflagradas. Essa atuação é motivada por acionamentos de cidadãos ao 190 ou a partir de operações previamente planejadas. Nesse último caso, as operações ocorrem, em sua maioria, antes ou após a entrada e saída de alunos das escolas.

Projetos

Desde maio de 2016, a Polícia Militar, visando aproximar a corporação da comunidade escolar, seja no âmbito estadual ou municipal, criou o Conselho Comunitário de Segurança Escolar em todas as Áreas Integradas de Segurança Pública (AISP) do Rio de Janeiro. Esse conselho se reúne, uma vez por mês, nos batalhões para discutir e buscar soluções em conjunto com representantes das escolas para os problemas que se apresentam na comunidade escolar.

Além dessas reuniões, é comum entre os batalhões e nas áreas de unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a interação direta, seja dos comandantes de companhia ou dos comandantes de UPPs, com os diretores de escolas através de grupos de Whatsapp, o que proporciona agilidade no contato e estabelece uma relação de confiança.

A Polícia Militar informa ainda que tem atuado também em diversos projetos sociais junto às comunidades, em especial com crianças e adolescentes, projetos que carecem de apoio e envolvimento dos demais órgãos públicos.

O comando da instituição convida o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e o secretário municipal de Educação, Cesar Benjamin, para conhecer os projetos desenvolvidos pelas unidades de Polícia Pacificadora (UPP), bem como a participar de uma das reuniões do Conselho Comunitário de Segurança Escolar.

 

Edição: Fábio Massalli

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