Prefeitura de BH autoriza reabertura de parques fechados devido à febre amarela

Publicado em 16/05/2017 - 12:22 Por Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil - Belo Horizonte

Os parques de Belo Horizonte (BH) que estavam fechados devido ao surto de febre amarela em Minas Gerais serão reabertos à visitação em breve. A Secretaria Municipal de Saúde avaliou que a situação da doença está sob controle e decidiu autorizar o acesso do público aos parques.

Estavam fechados, como medida preventiva para proteção da população, os parques das Mangabeiras, da Serra do Cipó e  Jacques Cousteau. A Secretaria de Saúde recomenda, porém, que os frequentadores estejam com a vacinação em dia.

Apesar da intensidade do surto em Minas Gerais, a capital não registrou nenhum caso de transmissão de febre amarela para humanos. Por outro lado, três macacos encontrados mortos em Belo Horizonte tiveram testes positivos para o vírus da doença, em 11, o resultado foi negativo e 31 ainda não foram confirmados.

O Parque das Mangabeiras, na região centro-sul, está interditado desde o dia 23 de fevereiro, somando 82 dias fechado. Hoje (16) ele recebe a visita de alunos de uma escola. Por enquanto, apenas instituições de ensino poderão organizar passeios voltados para a educação ambiental, mediante agendamento prévio. A reabertura ao público em geral é prevista para o mês que vem.

Já o Parque da Serra do Curral, na região centro-sul, também fechado em fevereiro, está em manutenção. Segundo a Fundação de Parques Municipais, ainda não há data para liberar o acesso ao público. O Parque Jacques Cousteau, na região oeste de Belo Horizonte, deverá ser reaberto ainda nesta semana. A decisão será tomada em uma reunião que será realizada hoje (16). O parque está interditado desde o dia 13 de fevereiro.

A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya.

De acordo com o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. No atual surto, nenhum dos casos foi considerado urbano.

A vacina é a principal medida de combate à febre amarela. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a campanha de imunização desenvolvida em Belo Horizonte alcançou cobertura vacinal da quase  totalidade da população da capital.

Transmissão reduzida

O surto de febre amarela no início deste ano é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. De acordo com levantamento da pasta, divulgado na última sexta-feira (12), neste ano, a doença já levou à morte 259 pessoas. Até então, a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas em todo país.

Ainda não há explicações científicas sobre a intensidade do surto. Um grupo de especialistas de diferentes estados do Brasil se articulou para investigar a relação entre a doença e a degradação do meio ambiente . Por sua vez, a Fundação Oswaldo Cruz identificou oito alterações genéticas do vírus e vem pesquisando se essas mutações o teriam deixado mais agressivo.

De toda forma, desde março, o ritmo de transmissão da doença vem diminuindo. Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde divulgou o último boletim no dia 26 de abril. Até esta data, houve confirmação para febre amarela em 151 óbitos no estado e 24 estavam em investigação. Ao todo, os municípios mineiros contabilizaram 1.139 notificações para a doença, sendo que 427 casos foram confirmados, 554 descartados e os 158 restantes ainda estão em análise.

O boletim do dia 26 de abril trouxe apenas nove notificações a mais do que o registrado nas duas semanas anteriores. Entre os levantamentos dos dias 19 e 12 de abril, a transmissão da febre amarela em Minas Gerais se mostrou estável. Em ambas as datas, o número de notificações se manteve em 1.130.

Edição: Maria Claudia

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