Protesto contra violência lembra estudante morto durante assalto em Niterói
Carregando velas e vestidas de preto, dezenas de pessoas fizeram um protesto silencioso, na noite de hoje (30), contra a violência em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro. O ato foi uma homenagem ao estudante da Universidade Federal Fluminense (UFF) Rafael Lage, morto durante um assalto, no último sábado (27), em um bar, no bairro Ingá.
Promovido pela organização não governamental (ONG) Rio de Paz, o protesto foi realizado nas areias da Praia de Icaraí, perto do local onde ocorreu o assassinato de Lage, que era produtor cultural e terminava um doutorado na UFF. Ele estava com a namorada no bar e não teria reagido ao assalto, sendo baleado assim mesmo.
“A vida humana está sendo banalizada em nosso país. Estamos com 60 mil homicídios por ano no Brasil, um massacre. A sociedade não se mobiliza e até hoje o governo federal não apresentou uma meta de redução de homicídios nem um plano nacional de segurança pública. São números de guerra, parece que estamos falando da Síria e não de uma democracia”, disse o coordenador da ONG Rio de Paz, Antônio Carlos Costa.
O pai de Rafael Lage, o engenheiro aposentado Ivar da Costa Pereira, compareceu ao ato. Visivelmente emocionado, ele dizia não entender a razão da violência gratuita contra o seu filho, que tinha 39 anos e planejava fazer um pós-doutorado em Portugal, para o qual já havia sido convidado.
“Ninguém respeita a vida mais. Ele estava no bar com a namorada, era extremamente pacífico. Lutava pela paz. Como pode se matar uma pessoa assim? Ele estava fazendo doutorado, era um aluno brilhante. Não temos mais segurança aqui em Niterói, está ficando igualzinho ao Rio de Janeiro”, lamentou Pereira.
De acordo com a polícia, dois dos quatro homens envolvidos no assalto já foram identificados e tiveram prisão decretada. Antes do crime, eles teriam tentado assaltar um motorista do Uber.
Segurança pública
Em janeiro deste ano, o governo federal lançou o Plano Nacional de Segurança de Pública, que contém medidas para combater a criminalidade e o alto índice de homicídios no país. Entre os objetivos previstos estão a redução de homicídios dolosos, o combate integrado à criminalidade organizada internacional e ao crime organizado dentro e fora dos presídios e a racionalização e modernização do sistema penitenciário.