Matadores serão presos, diz subsecretário de Segurança em enterro de coronel

Publicado em 27/10/2017 - 21:02 Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Policiais e familiares participam do enterro, no cemitério Jardim da Saudade, do coronel Luiz Gustavo Teixeira, comandante do Batalhão do Méier assassinado a tiros por criminosos (Fernando Frazão/Ag

Policiais e familiares participaram do enterro, no cemitério Jardim da Saudade, do coronel Luiz Gustavo TeixeiraFernando Frazão/Agência Brasil

O enterro do comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar, coronel Luiz Gustavo Teixeira, levou centenas de pessoa ao Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona oeste do Rio, nesta sexta-feira (27). Estiveram presentes, além dos familiares e amigos, muitos membros da corporação. Após o sepultamento, o subsecretário de Assuntos Estratégicos da Secretaria Estadual de Segurança (Seseg), Roberto Alzir, garantiu que os assassinos do coronel serão presos e sugeriu que eles se entreguem.

“Não tenho dúvida [que serão presos]. Já chegamos a um autor e vamos chegar a esses autores muito brevemente. Eu acho que o mais recomendável para eles é se entregar à polícia. Todos os esforços estão sendo envidados no sentido de elucidar o que aconteceu. Infelizmente, não é um fato isolado. O trabalho é incessante para tentar trazer a cidade do Rio de Janeiro para um patamar considerado razoável de controle da criminalidade”, disse Alzir.

Teixeira era comandante do 3º Batalhão da Polícia Militar, localizado no bairro do Méier, zona norte do Rio, e foi atacado a tiros por criminosos quando passava pela Rua Hermengarda, que dá acesso ao bairro do Lins de Vasconcelos. A área do batalhão do Méier é cercada por 44 favelas. O carro do coronel, que estava descaracterizado, foi atingido por dezenas de tiros quando ele viajava no banco do carona ao lado do motorista.

Ações integradas

Rio de Janeiro - O coronel Wolney Dias Ferreira, comandante-geral da Polícia Militar, no enterro do coronel Luiz Gustavo Teixeira(Fernando Frazão/Agência Brasil)

O coronel Wolney Dias Ferreira, comandante-geral da Polícia Militar, no enterro do coronel Luiz Gustavo TeixeiraFernando Frazão/Agência Brasil

Alzir também ressaltou a parceria que vem ocorrendo com as Forças Armadas e frisou que novas ações integradas devem acontecer muito em breve, a exemplo da operação realizada hoje nos morros São Carlos, Mineira e Zinco e Querosene.

“Esse contato e apoio deles é ininterrupto, seja em nível de troca de informações de inteligência, de apoio logístico e eventualmente com aplicação de tropas, como foi hoje. Estamos discutindo com eles outras possibilidades e talvez tenhamos outras ações em um futuro bem breve.”

Morte de PMs

O comandante da PM, coronel Wolney Dias, acompanhou o enterro de Teixeira, que era seu amigo pessoal. Ambos entraram na corporação na mesma época. Após o sepultamento, Wolney, visivelmente abalado, falou rapidamente com os jornalistas.

“A Polícia Militar está extremamente triste. Perdemos um companheiro, acabamos de enterrá-lo hoje e amanhã enterraremos mais um. A PM está de luto, mas mesmo assim continuará trabalhando. Continuaremos operando e empreenderemos ações. Daremos as devidas respostas. Não é normal. Não me digam que é normal perder 112 policiais militares. São 112 companheiros, são 112 famílias. Eles derramaram seu suor, suas lágrimas e seu sangue no solo deste estado, em prol da defesa da sociedade”, desabafou Wolney.

O número de policiais militares mortos em 2017 no estado foi atualizado para 113 no fim da tarde de hoje. Um policial militar morreu, na cidade de Itaguaí, na Região Metropolitana, ao tentar impedir um assalto na rua. Segundo a assessoria da PM, o suspeito também morreu na troca de tiros.

Edição: Amanda Cieglinski

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