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Ginastas acrobatas do DF ganham ouro e prata em Las Vegas

Atletas de 8 a 17 anos conquistaram um troféu e 15 medalhas
José Romildo - Da Agência Brasil
Publicado em 31/03/2019 - 15:13
Brasília
Equipe brasiliense de ginástica acrobática que ganhou várias medalhas nos Estados Unidos, posa para fotos com sua técnica, Márcia Janete.
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Equipe brasiliense de ginástica acrobática que ganhou várias medalhas nos Estados Unidos, posa para fotos com sua técnica, Márcia Janete.
© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em Las Vegas (Estados Unidos), durante o 3rd Vegas Acro Cup, de 19 a 25 de março, um grupo de atletas de ginástica acrobática do Distrito Federal ganhou troféu de melhor time na categoria 6, que envolve ginastas de até 15 anos, e mais dez medalhas de ouro e cinco de prata. A vitória é da equipe Akros/Setul, de Brasília, resultado de um trabalho social com crianças e adolescentes. Mais de 50 atletas participaram da equipe. Na 3rd Vegas Acro Cup, cinco trios e três duplas femininas, compostas por ginastas com idade entre 8 e 17 anos, competiram.

Com a classificação, o Brasil entrou para a elite da ginástica acrobática internacional ao superar, nos níveis 6 e Youth, times considerados os melhores do mundo, como Canadá, Estados Unidos, Austrália e Inglaterra.

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Dedicação

A técnica Márcia Janete Colognese atribui o desempenho da equipe em Las Vegas ao planejamento e à disciplina. “Foram quatro meses de dedicação plena e muita perseverança. A equipe sacrificou as férias escolares e até as festas de fim de ano para se preparar”, disse a técnica, informando que os treinos são diários, seis vezes por semana, das 14h às 19h.

A primeira conquista internacional da Akros/Setul foi em 2012, quando foram obtidas 37 medalhas de ouro, 14 de prata e 15 de bronze. “A primeira dupla brasileira a pisar num tablado internacional em um mundial foi brasiliense. Isso é motivo de muito orgulho para o Distrito Federal”, disse a técnica.

Olimpíadas

A modalidade acrobática não está incluída entre os esportes olímpicos mas, segundo a técnica, já reúne os critérios necessários e possivelmente entrará com o status demonstrativo.

“O país está formando uma geração de excelentes atletas que, se persistirem, poderão participar, de igual para igual em futuras Olimpíadas”, disse a técnica Márcia Colognese.

Atletas da Akros/Setul também já foram escalados para outras duas edições do campeonato. Em 2014, em Levalois (França), foram 28 ginastas. Em 2016, na cidade de Putian (China), a seleção brasileira foi composta exclusivamente por ginastas brasilienses, somando 14 atletas.

 

Equipe brasiliense de ginástica acrobática que ganhou várias medalhas nos Estados Unidos, posa para fotos com sua técnica, Márcia Janete.
A técnica Márcia Janete posa ao lado da equipe brasiliense de ginástica acrobática que conquistou 15 medalhas nos Estados Unidos - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Trabalho social

O trabalho da Akros vai além do esporte, pois com vínculos com a Secretária de Esporte, Turismo e Lazer do DF (Setul), desenvolve atividades sociais inclusivas estimulando crianças a adolescentes de regiões pobres do Distrito Federal.

“A maioria das crianças vem de escolas públicas de comunidades carentes. A ginástica acrobática acaba se transformando em um sonho possível. Essas crianças encaram o esporte com muita garra, com muita energia e o resultado é muito positivo”, ressaltou.

Exemplo

De uma geração anterior à atual, a atleta Emmilly Teles, é um exemplo. Filha de uma empregada de serviços gerais Edmilta dos Santos Silva e moradora da Estrutural, um bairro da periferia de Brasília, Emmilly iniciou sua carreira de ginasta acrobata aos 12 anos. Depois uma lesão no joelho, ela passou a ser auxiliar técnica da Akros.

“A ginástica sempre foi um sonho distante. Embora eu gostasse, nunca imaginei que conseguiria praticar. Foi a minha mãe que ficou sabendo do projeto na Estrutural e me matriculou. Este projeto me conduziu por um bom caminho, me livrou de muita coisa ruim que a gente sabe que existe. Hoje, a ginástica é tudo para mim”, relatou Emmilly Santos.

Ginástica acrobática

Mais antiga do que a rítmica e a artística, a ginasta acrobata aparece em pinturas chinesas datadas de 5.000 anos. Nelas, são retratados acrobatas, contorcionistas e equilibristas a exibirem-se para a plateia.

Na Roma antiga, os soldados eram treinados para a guerra escalando altos muros. A acrobacia está também no berço da arte circense, quando, ainda na idade medieval, era fonte de entretenimento nos palácios reais.

Fiel às suas origens, a ginástica acrobática é caracterizada por não permitir performances individuais nem o uso de aparelhos. A atuação é em duplas, trios ou quartetos. “Nisso consiste a beleza dessa modalidade de ginástica, na qual não há o uso de equipamentos. Um atleta se sustenta no outro. É um jogo de confiança mútua”, disse Márcia Janete.

Criada em 2008, a equipe Akros/Setul é precursora da modalidade no DF tem mais de 50 ginastas de ambos os sexos. A técnica da equipe é árbitra internacional e foi condecorada em 2015 com uma medalha de honra ao mérito pela relevância de seu trabalho na Ginástica Acrobática.

 

Equipe brasiliense de ginástica acrobática que ganhou várias medalhas nos Estados Unidos, posa para fotos com sua técnica, Márcia Janete.
Equipe brasiliense de ginástica acrobática, campeã, treina após vitória nos Estados Unidos. - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

*Matéria alterada para ajuste de informação.