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Experiências de inovação e de tecnologia são apresentadas em São Paulo

Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 03/10/2019 - 07:08
São Paulo
Placas de energia solar instaladas para gerar eletricidade
© Soninha Vill/GIZ

Ônibus elétrico, geração de energia por meio de esgoto, condomínios solares são algumas das experiências de inovação e de tecnologia emergente que estão sendo apresentadas na sétima edição do Congresso Brasil-Alemanha de Inovação, que termina hoje (3) em São Paulo. O evento tem apoio do Ministério Alemão de Meio Ambiente, Preservação da Natureza e Segurança Nuclear.

Um dos projetos apresentados em painel do encontro é o que prevê a utilização de ônibus elétrico por diversas prefeituras brasileiras.

Segundo Leandro Abreu, diretor global de Operações da Enel X, uma das prefeituras que estuda adotar os ônibus elétricos no transporte público é a de São Paulo. A ideia é adotar um sistema semelhante ao de Santiago, no Chile, que tem a maior frota de ônibus da América Latina. “É um ônibus como se fosse um carro elétrico. Em vez do tanque de combustível, ele tem megas baterias. Na garagem tem um carregador, como se fosse uma tomada, ligando nele para fazer a carga”, explicou.

A principal vantagem, disse ele, é ser menos poluente. “É zero emissão de carbono. Se você olhar, muitos ônibus que rodam nas grandes cidades utilizam motor a diesel. O grande benefício é a redução da poluição. E, em segundo, eles são mais silenciosos”, afirmou.

Esgoto

Há pouco mais de um ano, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) começou a produzir energia por meio de esgoto. A iniciativa, até então o maior projeto de produção de biometano para uso veicular da América Latina, foi desenvolvida em parceria com o Instituto Fraunhofer IGB, da Alemanha, e começou a funcionar em Franca, no interior do estado, para abastecer centenas de carros da Sabesp.

“É a primeira estação de tratamento de esgoto do Brasil que tem beneficiamento de biogás para produção de biometano e utilização como combustível veicular”, disse Barbara Waelkens, engenheira ambiental e pesquisadora da Fraunhofer IGB. Segundo ela, na Alemanha, esse tipo de produção de energia já é realidade em quase todas as estações de tratamento de esgoto, seja para a produção de energia elétrica térmica ou para a produção de biometano.

No processo, o biogás gerado no tratamento do esgoto passa por um sistema de remoção das impurezas, umidade e aumento da concentração de metano, resultando em um combustível, o biometano, que é usado no lugar na gasolina, do álcool e do GNV (gás natural veicular). Esse combustível, segundo a Sabesp, pode reduzir em até 90% as emissões de poluentes em comparação com a gasolina. Seu uso previne ainda o lançamento de metano e CO2 na atmosfera, responsáveis pelo aquecimento global.

“A vantagem principal é que antes a gente tinha um biogás que estava sendo queimado e agora podemos utilizar isso. Transformamos um passivo ambiental em um ativo energético. Aqui no Brasil já produzimos muita energia elétrica a partir das hidrelétricas. E existe a oportunidade de utilização do biometano para a utilização da gasolina ou mesmo para a utilização do diesel”, disse Barbara.

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), há hoje 22 estações de biogás por resíduos urbanos funcionando no país, com capacidade de 164,3 megawatts.