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Marinha diz que não há confirmação de mancha de óleo no sul da Bahia

Aeronaves e navios foram deslocados para verificar a informação
Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil
Publicada em 30/10/2019 - 17:29
Brasília
Um derramamento de óleo é visto na praia de Pontal do Coruripe, em Coruripe, estado de Alagoas, Brasil, 8 de outubro de 2019
© REUTERS/Alisson Frazão
Um derramamento de óleo é visto na praia de Pontal do Coruripe, em Coruripe, estado de Alagoas, Brasil, 8 de outubro de 2019
© REUTERS/Alisson Frazão

O comandante da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior, disse hoje (30) que não há confirmação da existência de uma suposta mancha de óleo em direção ao sul da Bahia. De acordo com Ilques, após a informação de que imagens de satélite teriam identificado uma mancha de óleo, aeronaves da Força Aérea Brasileira e navios foram deslocados para a região para verificar a informação, mas o resultado foi negativo.

“Até o momento ela [a mancha] não foi confirmada. Não quer dizer que não exista, estamos buscando com maior atenção, mas até o momento ela não foi confirmada”, disse Ilques após reunião com o presidente em exercício Hamilton Mourão para atualizar as ações desenvolvidas para conter o desastre.

As imagens citadas pelo comandante foram captadas por um satélite da Agência Espacial Europeia e analisadas por pesquisadores brasileiros do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

De acordo com o comandante, como o óleo fica submerso há dificuldade em identificar as manchas. Ilques disse que houve uma intensificação nas ações de monitoramento e contenção das manchas, mas que ainda precisam ser aprimoradas.

“O monitoramento está funcionando, mas tem sempre que ser aprimorado. É uma característica do óleo que ele vem sempre submerso, como foi apontado por nós [da Marinha] e ratificado pela UFRJ, é muito difícil de localizar”, disse. “Como é um acidente inédito, não existe protocolo específico e, nesse caso, queremos cumprir o melhor possível as rotinas de monitoramento e contenção”, acrescentou.

Até o momento, o óleo já atingiu 254 localidades dos nove estados da Região Nordeste. Ontem, manchas de óleo foram encontradas nas cidade de Canavieiras, Belmonte e Santa Cruz Cabrália, que ficam no sul da Bahia, dentro da chamada região do arquipélago de Abrolhos, importante área de reprodução da biodiversidade da vida marinha.

Questionado se o óleo poderia chegar até Abrolhos, o comandante não descartou a possibilidade, mas disse que foi intensificado o monitoramento na área do entorno do arquipélago. A Marinha deslocou uma fragata equipada com um helicóptero para ampliar a área de monitoramento.

“Estamos com essa possibilidade. Eu não posso afiançar que ela [mancha] não chegará a Abrolhos, mas o que eu posso afiançar é que estamos fazendo o máximo possível para não chegar a Abrolhos”, disse.

Investigação

O comandante disse ainda que a investigação sobre os responsáveis pelo vazamento de óleo restringiu o número de embarcações apontadas como suspeitas pelo derramamento. Antes eram 30 navios investigados, agora a Marinha trabalha com 10 embarcações.

“Já estamos em 10 navios, estamos sintetizando a busca para chegarmos aquele [responsável]. Nesse momento são de 11 bandeiras, tem um navio que pode ser que tenha dupla bandeira”, disse.

Perguntado se a Marinha trabalha com a possibilidade de o vazamento ter sido causado por um navio dark ship, Ilques disse que nenhuma linha está descartada. Também chamados de navios fantasmas, os dark ships são embarcações que navegam em águas internacionais sem o sistema AIS (Automatic Identification System, em inglês) desligado. O sistema é um tipo de transponder que identifica constantemente a localização e o rumo da embarcação.

“Nenhuma linha de investigação está abandonada. Não se pode dizer se essa linha foi abandonada ou não. Estamos com um amplo espectro e uma probabilidade é ser um navio mercante que passou pela nossa costa”, disse.

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