Capriles desiste de ir a reunião de governadores com Maduro

Publicado em 24/02/2014 - 21:25 Por Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC - Bogotá

O governador de Miranda e líder da oposição na Venezuela, Henrique Capriles, não compareceu hoje (24) à reunião do Conselho Federal de Governo (CFB), convocada pelo presidente Nicolás Maduro. No sábado (22), o líder opositor havia confirmado presença, mas hoje voltou atrás por “rejeitar a repressão aos manifestantes estudantis nas últimas semanas”.

Henrique Capriles

Henrique Capriles não compareceu à reunião de Maduro com governadores Cristina Moure/Divulgação do Governo de Miranda

"Em uma situação de violação de direitos humanos e repressão como está, nós não podemos ir a Miraflores [palácio presidencial]", disse em entrevista coletiva, quase que concomitantemente à reunião do conselho, iniciada às 16h (17h30 no horário de Brasília).

Capriles disse que o palácio presidencial não é um local adequado para diálogo, enquanto houver “chantagem”, por parte do Executivo. Segundo ele, após anunciar que não iria ao encontro, escutou do governo Maduro que “não receberia mais recursos para as comunidades de Miranda”.

Participam da reunião prefeitos e governadores, com o objetivo de debater as articulações políticas estaduais. Em meio à grave crise política, o presidente disse que também debaterá com os governadores soluções para terminar com os conflitos envolvendo movimentos sociais e protestos.

As manifestações começaram no estado de Táchira, quando estudantes protestaram por maior segurança. O governo confirmou a morte de 11 pessoas, mas agências de notícias internacionais e locais noticiam 14 mortos e 140 feridos.

O presidente Nicolás Maduro anunciou que pedirá apoio aos governadores e prefeitos para uma Conferência Nacional de Paz, em que pretende reunir todos os setores da sociedade do país. Ele informou também, que na reunião aprovará o plano de investimentos para 2014, com mais de 28 milhões de bolívares.

Em Táchira, estado com a presença de forças de segurança desde a semana passada, manifestantes reclamam da ação repressora da polícia e da Guarda Nacional. Há relatos de uso de armas e de que policiais teriam disparado contra manifestantes. O governo disse que investigará os responsáveis pelas mortes, incluindo membros da força pública.

Edição: Carolina Pimentel

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