Cidades venezuelanas que tiveram prefeitos opositores detidos terão eleições

Publicado em 26/03/2014 - 20:12 Por Leandra Felipe - Correspondente da Agência Brasil/EBC - Bogotá

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje (26) que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país convocará nas próximas horas eleições para as cidades de San Diego, no estado de Carabobo, e San Cristóbal, capital de Táchira. As eleições foram convocadas porque os prefeitos das duas cidades, opositores ao governo, foram condenados pela Justiça venezuelana por incitarem a rebelião civil e não retirarem bloqueios de vias.

Maduro disse que o Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv) já tem candidatos para as eleições nas duas cidades. Ele ressaltou que, nas duas localidades, o partido governista nunca venceu eleições, mas, desta vez, espera buscar votos para garantir a paz. O presidente também convocou a oposição para que lance candidaturas na região.

“Mas vocês [opositores] devem saber que precisam governar respeitando o presidente. Scarano [Scarano Spisso, prefeito de San Diego], você queria eleições agora não é? E você, Ceballos [Daniel Ceballos, prefeito detido de San Cristóbal], você queria eleições? Aqui estão as suas eleições. E você, Capriles [Henrique Capriles, governador de Miranda], quer eleições também?”, disse ao discursar para simpatizantes do governo em uma manifestação em Caracas.

Nesta quarta-feira ocorreram no país marchas favoráveis e contrárias ao governo Maduro. Simpatizantes do chavismo foram às ruas, convocados pelo presidente, em um ato comemorativo aos 20 anos da saída do presidente Hugo Chávez da prisão. “Toda a Venezuela está conectada com essa homenagem de 20 anos [da saída] do comandante Hugo Chávez do Presídio Yare”, afirmou Maduro. Chávez foi preso em fevereiro de 1992, quando liderou a rebelião cívico-militar. “Valeu a pena o comandante Chávez ter dedicado sua vida para formar este povo de revolucionários que cresce como um rio e ocupa espaços em paz”, disse Maduro.

Em outra região metropolitana da capital, na Praça Brión, em Chacaíto, a deputada opositora María Corina Machado, destituída do cargo nessa segunda-feira (24), reuniu manifestantes e disse que vai “lutar para garantir que não perderá o cargo, conquistado nas eleições parlamentares.

“Somente o povo pode me destituir da Assembleia Nacional e não a cúpula podre, dirigida por Diosdado Cabello [presidente da assembleia]”, disse. A deputada contou que se reuniu em Lima com deputados peruanos para mostrar as “violações” que, para ela, foram cometidas por Cabello. “Estou aqui bem viva, para defender meu posto e os eleitores que votaram em mim”, acrescentou María Corina.

Edição: Juliana Andrade

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