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Internacional

Franceses se reúnem em repúdio a atentado e prestam solidariedade às vítimas

Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/01/2015 - 17:58
Brasília
Pessoas se reúnem em silêncio no centro de Paris após o ataque por homens armados e mascarados na sede da revista Charly Hebdo, em Paris
© Agência Lusa/EPA/Ian Langsdon - Todos Direitos Reservados

Pessoas se reúnem em silêncio no centro de Paris após o ataque por homens armados e mascarados na sede da revista Charly Hebdo, em Paris (Agência Lusa/EPA/Ian Langsdon - Todos Direitos Reservados)

Pessoas se reúnem em silêncio no centro de Paris para homenagear os 12 mortos, prestar solidariedade

às famílias das vítimas e repudiar o ataque Agência Lusa/EPA/Ian Langsdon - Todos Direitos Reservados

A comoção causada pelo atentado à sede do jornal satírico Charlie Hebdo motivou milhares de pessoas a se reunir espontaneamente em várias cidades da França para homenagear os 12 mortos, prestar solidariedade às famílias das vítimas e repudiar o ataque - que já é apontado por alguns veículos de imprensa franceses como um dos mais graves de toda a história do país.

Em Paris, onde a mobilização foi convocada por sindicatos, entidades de classe e partidos políticos, uma multidão está concentrada na Praça da República, que fica próxima ao local do atentado. Muitas pessoas portam cartazes e faixas com a frase, em francês, “Eu sou Charlie”.

“As pessoas não entendem o que aconteceu”, disse à Agência Brasil a jornalista Karima Saidi, que esteve na vigília e, depois, acompanhou um grupo que marchou até a prefeitura parisiense. “O que mais me chamou a atenção foi o silêncio. Às vezes, algumas pessoas gritavam algo em defesa da liberdade de expressão, mas, na maior parte do tempo, o silêncio era completo. É um ambiente muito pesado.”

Karima lembrou alguns dos atentados que aterrorizaram os franceses nos últimos dois anos, como o que ocorreu em 2012 em uma escola judaica de Toulouse, no qual quatro crianças foram mortas. A jornalista observou que, além da frase “Eu sou Charlie”, muitos dos cartazes e faixas expostos na vigília defendem que a melhor resposta ao terrorismo é mais democracia.

“As pessoas estão chocadas. O fato de não ter sido cometido com bombas, como das outras vezes, e de os alvos serem jornalistas contribui, mas a verdade é que há muito tempo um atentado não deixava tantos mortos”, acrescentou a jornalista.

Nascida na França, mas de ascendência árabe, Karima diz não ter presenciado nenhuma manifestação de xenofobia ou de intolerância religiosa. Segundo ela, neste momento, a maior parte das pessoas ainda está tentando entender o que aconteceu. Até esse momento, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado.

“A grande maioria tem quase que certeza de que o atentado foi um ato religioso radical, mas há também os que se perguntam se não pode se tratar de uma ação de membros radicais da extrema direita para inflamar a situação. Como, até o momento os terroristas não foram presos, as pessoas não estão apontando para um determinado grupo, mas sim se perguntando sobre os limites da liberdade de expressão”, finalizou a jornalista.