Argentina: centrais sindicais convocam greve geral para amanhã
A Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT), que concentra a maioria dos sindicatos da área de transportes, convocaram para amanhã (31) uma greve geral que deve afetar, inclusive, os voos internacionais. Os sindicalistas querem que o governo corrija o limite de isenção do imposto sobre salários, que atualmente está em 15 mil pesos (R$ 5,5 mil, pelo câmbio oficial). O ministro da Economia, Axel Kicillof, disse, porém, que o teto foi reajustado há dois anos e que está “muito bem do jeito que está”.
Esta é a quarta greve geral convocada durante o governo da presidenta Cristina Kirchner, que está no fim do segundo mandato. Em agosto, ocorrerão as prévias das eleições presidenciais de outubro e, pela lei, Cristina não pode se candidatar ao terceiro mandato consecutivo. A partir de meia-noite desta segunda-feira (30), e durante 24 horas, bancos, ônibus, trens e caminhões deixarão de funcionar, mas outros serviços, como o transporte aéreo, já estão sendo afetados.
O ministro do Trabalho, Carlos Tomada, criticou os sindicalistas responsáveis pela greve, alegando que representam apenas uma parte do setor de transportes e que estão fazendo reivindicações em nome da minoria (10%) dos trabalhadores que pagam Imposto de Renda. O líder da CTA, Pablo de Micheli, rebateu as críticas dizendo que os argentinos têm pelo menos “20 razões” para protestar (entre eles, o alto índice de inflação) e ameaçou estender a greve para 36 horas, se não conseguir chegar a um acordo com o governo.
No ano passado, a Argentina registrou índice inflação de 24%, segundo dados oficiais, e de 39%, de acordo com medições de institutos privados.