Igreja armênia canoniza 1,5 milhão de vítimas de genocídio

Publicado em 23/04/2015 - 11:57 Por Da Agência Brasil* - Erevan e Moscou

A Igreja armênia canonizará hoje (23) 1,5 milhão de vítimas do genocídio armênio praticado pelos turcos otomanos na véspera da data oficial do centenário dos massacres, apesar das críticas da Turquia que rejeita a ocorrência de um genocídio.

“As almas das vítimas do genocídio vão, por fim, encontrar o repouso eterno”, disse Vardoukhi Chanakian, de 68 anos, empregado nos serviços sociais de Erevan, a capital da Armênia.

Essa canonização, que vai ocorrer no final da tarde desta quinta-feira perto de Erevan, será a mais importante em termos numéricos, jamais antes feita por pela Igreja cristã.

Amanhã (24), milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo diversos chefes de Estado e de Governo, prestarão homenagem às vítimas dos massacres iniciados há 100 anos.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que a comunidade internacional deve impedir a repetição de um acontecimento como o genocídio armênio, “um dos mais trágicos da história da humanidade”. Putin viaja amanhã para a Armênia onde participará das cerimônias.

O ofício da canonização será celebrado pelo chefe da Igreja armênia, o catholicos Karekin II, em Etchmiadzin, a cerca de 22 quilômetros de Erevan, num edifício do século 4 considerado a mais antiga catedral cristã do mundo.

Ao canonizar essas vítimas “a Igreja limita-se a reconhecer os fatos, isto é, o genocídio”, declarou Karekin II.

“Para nós, armênios, é uma obrigação moral e um direito recordar-nos de 1,5 milhão dos nossos que foram mortos e centenas de milhares de pessoas que sofreram provações desumanas”, ressaltou por sua vez o presidente da Armênia, Serge Sarkissian.

O genocídio é reconhecido por cerca de 40 países, mas negado por dezenas de outros, incluindo a Turquia. A versão oficial turca reduz a 500 mil o número de armênios mortos entre 1915 e 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, e afirma que eles são vítimas de guerra, resultado de uma violência étnica exercida entre ambas as direções.

*Com informações da Agência Lusa

Edição: Marcos Chagas

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