Mais de 20 países aguardam adesão a novo banco internacional proposto pela China
Mais de 20 países aguardam adesão ao Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), informou hoje (19) o presidente da instituição financeira internacional proposta por Pequim.
"Temos 57 países (potenciais membros fundadores) e, segundo o que sei, mais 20 estão em lista de espera", disse o presidente do BAII, Jin Liqun, numa conferência em Cingapura, sem detalhar quais os países.
"Estou certo que mais nações estão interessadas em aderir", acrescentou Jin, ex-vice-ministro chinês das Finanças, eleito em agosto pelos países membros.
O BAII pode superar o Banco Asiático de Desenvolvimento, criado pelo Japão em 1966, e que conta com 67 membros, 19 dos quais exteriores à região da Ásia-Pacífico.
Proposto pelo presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, o BAAI é visto como uma reação do governo chinês ao que considera o domínio norte-americano e europeu em instituições globais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
Segundo Jin Liqun, 57 países de cinco continentes estão aprovados como membros fundadores, mas sete aguardam ainda a respectiva "autorização interna".
Entre as grandes economias do planeta, apenas Estados Unidos, Canadá e Japão não fazem parte, mas Jin Liqun lembrou que "as portas estão abertas".
"Em alguns países será preciso tempo até que cheguem a um consenso interno. Temos sido pacientes. Quando se decidirem, é só fazer uma chamada que nós tratamos do resto", acrescentou.
O banco terá sede em Pequim e deverá ser estabelecido até ao final de 2015 com um capital de 100.000 milhões de dólares.
A China é o maior acionista, com uma participação de cerca de 30% do capital, seguida pela índia e Rússia.
Portugal, que em 29 de junho assinou o acordo constitutivo do BAII, tornando-se membro fundador, tem participação de cerca de 11,6 milhões de euros.
O Brasil, o outro país de língua portuguesa a integrar a instituição, é o nono maior acionista, com uma participação de 2,87 mil milhões de euros.
No "top 10" dos principais investidores constam ainda a Alemanha, França e Reino Unido, países membros da União Europeia.