Israel suspeita de ação terrorista em atropelamento de militares em Jerusalém
Quatro soldados israelenses, incluindo três mulheres, foram mortos nesse domingo (8) quando um caminhão atropelou um grupo de militares na zona oeste de Jerusalém, sob controle de Israel. A polícia não exclui a possibilidade de um ataque terrorista. A informação é da Rádio França Internacional.
Segundo fontes de segurança palestinas, o motorista do caminhão, que também foi morto, seria morador da área oriental da cidade, reivindicada pela Autoridade Palestina. Mais 15 soldados ficaram feridos.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que o autor do ataque era um simpatizante da organização Estado Islâmico. "Nós conhecemos a identidade do agressor que, de acordo com todas as indicações, apoia o Estado Islâmico", declarou o premiê. Netanyahu acrescentou que a ação em Jerusalém se insere em um contexto internacional, em que ataques se sucedem na França, em Berlim e agora em Israel. "É provável que exista uma ligação entre eles", afirmou o líder israelense.
O porta-voz da polícia israelense, Micky Rosenfeld, disse que as vítimas faziam parte de um grupo de soldados que desceram de um ônibus para caminhar em um passeio com uma bela vista da cidade velha de Jerusalém. De repente, o motorista "jogou o caminhão sobre eles", relatou o porta-voz, acrescentando que "neste momento, excluímos a hipótese de um acidente".
Desde o outono de 2015, uma série de ataques, em sua maioria cometidos com armas brancas e, em alguns casos, com armas de fogo ou utilizando carros para atropelar pedestres, foram registrados em Israel, Jerusalém e na Cisjordânia ocupada.
Esse novo incidente ocorre cinco dias depois que o soldado Elor Azaria, de 20 anos, foi considerado culpado pela morte de um palestino ferido. O militar, que tem dupla nacionalidade, francesa e israelense, foi julgado por homicídio voluntário em um tribunal militar, mas o veredito divide Israel. Sete pessoas foram presas e acusadas de perturbar a ordem pública depois de organizar uma manifestação em apoio ao soldado. Segundo a polícia, a manifestação "não foi autorizada" e aconteceu em frente à residência do presidente de Israel, Reuven Rivlin, em Jerusalém.
Antes do ataque desse domingo, a onda de violência, que havia baixado de intensidade nos últimos meses, tinha causado a morte de 247 palestinos, 40 israelenses, dois americanos, um jordaniano, um sudanês e um eritreu, segundo contagem da Agência France Press. A maioria dos palestinos mortos era de jovens, por atacar ou tentar atacar militares ou civis israelenses.