Oposição denuncia que Maduro convocará Constituinte sem voto popular

O presidente da Assembleia Nacional, Julio Borges, garantiu que o

Publicado em 30/04/2017 - 16:02 Por Da Agência EFE - Caracas

Julio Borges, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela

Julio Borges, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, denuncia convocação de Constituinte sem respaldo de votação popularAgência EFE/Miguel Gutierrez

O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o opositor Julio Borges, garantiu hoje (30) que o presidente Nicolás Maduro pretende anunciar amanhã (1º) uma "Constituinte comunal", ou seja, sem submetê-la à votação popular. Segundo Borges, isso seria a continuação do "golpe de Estado" no país. As informações são da Agência EFE.

"Queremos deixar muito claro no dia de hoje que qualquer passo em relação a convocar uma Constituinte comunal não é outra coisa que a continuação do golpe de Estado na Venezuela", afirmou Borges em uma coletiva de imprensa.

Conforme o deputado, tal Constituinte "não será eleita pelo povo", mas será escolhida "a dedo" e que a mesma terá "todos os poderes que hoje deveriam estar nas mãos de um povo que quer votar".

O chefe do Parlamento da Venezuela assegurou ainda que já entrou em contato com os chanceleres dos países "mais importantes da região", de modo a deixá-los a par da ação. Julio Borges acrescentou que os chanceleres estão "alarmados" diante da possibilidade de que a crise na Venezuela "seja agora agravada pela convocação" desta Constituinte.

Eleições livres

A oposição venezuelana vem denunciando há um mês que está acontecendo um "golpe de Estado" no país, depois que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) emitiu duas sentenças, que foram parcialmente retiradas, nas quais assumia as competências do Parlamento e limitava a imunidade dos deputados.

Borges reiterou que, para a oposição, a solução da crise na Venezuela passa por "eleições livres", com observação internacional, sem políticos presos "nem inabilitados", e que se "respeite a Assembleia Nacional", além da "abertura de um canal humanitário de remédios e alimentos e o desarmamento dos grupos paramilitares".

"Senhor Nicolás Maduro, quero que fique bem claro [...] o problema não é a Constituição, o problema é o senhor. O problema não é convocar uma Constituinte, o problema se chama Nicolás Maduro. O problema não é fazer anúncios para continuar rompendo o tecido constitucional, o problema é fazer cumprir a Constituição", disse Borges.

O parlamentar da oposição fez um pedido à Força Armada Nacional Bolivariana e aos que têm "o poder" nos tribunais que tenham consciência e estejam ao lado da Constituição. 

Edição: Armando de Araújo Cardoso

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