ONU denuncia bloqueio de ajuda humanitária à Síria e ataques a civis

Publicado em 31/05/2017 - 09:09 Por Da Agência EFE - Nações Unidas

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou nessa terça-feira (30) o bloqueio ao fornecimento de ajuda humanitária na Síria e o uso da fome como "tática de guerra" pelos lados em conflito, enquanto continuam os ataques generalizados contra hospitais e civis. A informação é da Agência EFE.

"Não podemos ficar em silêncio enquanto as partes desse conflito continuam utilizando a fome como método de guerra e impedem a entrega de água, comida e material sanitário", alertou o chefe humanitário da ONU, Stephen O'Brien, no Conselho de Segurança.

O'Brien lembrou que, apesar de a violência ter diminuído em algumas partes do país, o conflito continua com consequências "devastadoras" na população civil, que "carece dos recursos mais básicos" para sobreviver e se vê "obrigada a escolher entre morrer, passar fome ou fugir para o incerto".

"É necessário chegar a um acordo que facilite a assistência humanitária sem as interferências constantes, as restrições burocráticas, a retirada de material médico e os bloqueios no acesso (às zonas sitiadas)", acrescentou.

Além disso, O'Brien advertiu que os assentamentos para deslocados internos nas províncias de Idlib e Aleppo já superaram a capacidade, enquanto os comboios de ajuda humanitária enfrentam grandes obstáculos para chegar aos mais necessitados.

"Mais de 100 mil pacotes de material médico foram retirados dos nossos comboios desde o início deste ano, e os ataques contra hospitais e centros médicos são cada vez mais frequentes", informou.

O chefe humanitário da ONU expressou também preocupação com os ataques aéreos contra civis, ocorridos nas últimas semanas em cidades como Al Raqqa, o maior reduto do Estado Islâmico na Síria, dos quais foram vítimas mais de 100 mil pessoas, muitas delas mulheres e crianças.

"Milhares de crianças foram assassinadas, e muitas das que conseguiram sobreviver foram torturadas, vítimas de violência sexual ou recrutadas forçosamente por terroristas", declarou O'Brien.

A ONU estima que cerca de 7 milhões de crianças na Síria vivem na pobreza, enquanto 1,7 milhão não podem ir ao colégio, já que milhares de escolas ficaram destruídas ou inacessíveis em consequência da guerra.

"Que tipo de futuro tem um país cuja próxima geração é perdida? O que está em jogo não é a situação política, senão as vidas e o futuro dessas crianças", disse O'Brien.

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