"Reprimir dissidentes na Venezuela não resolverá agitação", diz ONU

Publicado em 01/05/2017 - 09:39 Por Da Agência EFE - Genebra

Brasília - O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, participa do encontro da ONU com o tema a Década Internacional de Afrodescendentes (Elza Fiúza/Agência Brasil)

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein (Elza Fiúza/Agência Brasil)

O alto comissário para os Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra'ad al Hussein, afirmou hoje (1º) que a opção feita pelo governo de Venezuela, de "reprimir as vozes dissidentes, não resolverá a agitação" nas ruas e as razões dos protestos. A informação é da Agência EFE.

Para Zeid, os elementos mais alarmantes da situação da Venezuela são o aumento da violência, as ações de grupos armados pró-governamentais e a falta de confiança no governo e no Poder Judiciário.

"Em nossa opinião, as ameaças de se desvincular da Organização dos Estados Americanos [OEA] também não são uma estratégia para recuperar a estabilidade e a paz", declarou Zeid, em entrevista na qual abordou as situações mais preocupantes de direitos humanos no mundo.

O organismo dirigido por Zeid não tem nenhum acesso à Venezuela, apesar de várias vezes ter solicitado ao governo a emissão de vistos para seus especialistas, a fim de avaliar diretamente a situação de direitos humanos no país.

A última petição nesse sentido foi formulada em outubro, sem nenhum resultado.

Zeid explicou que desde que assumiu o mandato, no final de 2014, transmitiu em vão ao então governo de Hugo Chávez o desejo de visitar a Venezuela.

Sobre a possibilidade de seu escritório oferecer uma mediação na atual crise venezuelana, o alto comissário disse que, para isso, o governo teria que estar de acordo.

A OEA tentou, no passado, exercer essa função, mas sua relação com o governo de Nicolás Maduro se degradou fortemente nos últimos meses.

Os protestos na Venezuela completam hoje um mês, com saldo de 29 mortos, 500 feridos e centenas de detidos.

Tanto a oposição quanto os setores aliados ao governo pediram a seus apoiadores que saiam às ruas para participar de novas marchas.

Edição: Graça Adjuto

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