Temer se encontra com familiares de oposicionista preso na Venezuela

Publicado em 11/05/2017 - 21:25 Por Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - Lilian Tintori, ativista de direitos humanos venezuelana concede entrevista coletiva à imprensa após encontro com o presidente Michel Temer (Valter Campanato/Agência Brasil)

Lilian Tintori, ativista de direitos humanos venezuelana concede entrevista após encontro com o presidente Michel TemerValter Campanato/Agência Brasil

O presidente Michel Temer reafirmou hoje (11) que o Brasil está pronto para prestar ajuda humanitária à Venezuela. Em declaração feita pelo porta-voz da presidência da República, Alexandre Parola, Temer disse que o governo brasileiro “mantém contatos regulares com outros governos, particularmente na região, sobre os desdobramentos na Venezuela”. Temer recebeu na tarde de hoje a esposa do oposicionista preso há três anos Leopoldo López, Lilian Tintori, e a mãe dele, Antonieta López.

“O presidente Temer reiterou a especial preocupação do governo brasileiro com a situação na Venezuela e reafirmou estar o Brasil pronto a prestar ajuda humanitária ao país. […] o presidente Temer recebeu chamada telefônica do presidente Mauricio Macri, da Argentina, com quem a questão venezuelana foi tratada. O presidente Temer desejou que o líder venezuelano Leopoldo López logo esteja no convívio de sua família, em clima de harmonia e liberdade na Venezuela”, disse Parola.

A esposa de López, Lilian, se mostrou otimista após a conversa com o presidente. “O presidente Temer hoje abriu as portas para o povo venezuelano. Isso significa muitíssimo. Há uma força regional que muitos estavam esperando”, disse. Ela conversou com a imprensa após o encontro e relatou que a Venezuela tem sofrido “uma ditadura desumana, cruel”, que utiliza bombas de gás tóxico e metralhadoras.

A Venezuela enfrenta uma séria crise econômica, marcada por uma inflação anual de 700% e escassez de medicamentos e alimentos. Há mais de um mês, milhares de pessoas protestam nas ruas do país contra o governo de Nicolás Maduro. O presidente, por sua vez, também convocou seus apoiadores para manifestações defesa ao governo. Os protetsos têm sido marcados por confrontos entre a polícia e a população. Quase 40 mortes já foram registradas, incluindo manifestantes e policiais. 

Lilian alega que os protestos são pacíficos e as forças de segurança usam de força desproporcional. “Está claro que estamos vivendo uma ditadura, está claro que a ditadura não permite sequer que o povo se expresse”. Lilian espera que os países vizinhos e entidades de direito internacional intervenham na política venezuelana. Segundo ela, a etapa da diplomacia e do diálogo, já passou e fracassou.

“O diálogo começou e fracassou, não funcionou porque Nicolás Maduro não quer que funcione. Temos que fazer valer os direitos internacionais que promovem os direitos humanos nas nações. Organização dos Estados Americanos, Comissão Interamericana, Nações Unidas, Anistia Internacional. É uma reflexão para que nunca mais aconteça na região. Os países irmãos não podem continuar aceitando que isso ocorra”.

Segundo a ativista política venezuelana, os opositores a Maduro pedem eleições gerais em 2017; um canal humanitário para que entre comida e remédios na Venezuela; respeito à Assembleia Nacional; além da liberdade de todos os presos políticos e que não haja mais inabilitação política na Venezuela.

*texto atualizado às 22h34

Edição: Amanda Cieglinski

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