França, Reino Unido e Alemanha pedem aos EUA isenção às sanções no Irã

Os ministros de Relações Exteriores e da Economia da França, do Reino Unido e da Alemanha enviaram uma carta aos ministros das mesmas pastas nos Estados Unidos para exigir isenções em certos setores econômicos na aplicação de sanções às suas empresas que comercializam com o Irã.

"Esperamos que os Estados Unidos se abstenham de tomar iniciativas que prejudiquem os interesses europeus de segurança", indicaram os responsáveis desses países em uma carta revelada nesta quarta-feira (6) pelo titular de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, no Twitter.

A carta, que também leva a assinatura da responsável de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, é uma iniciativa dos três países que firmaram o acordo de julho de 2015 com o Irã para acabar com o programa nuclear em troca da suspenção das sanções.

A carta é dirigida aos responsáveis de Relações Exteriores, Mike Pompeo, e de Economia, Steven Mnuchin, dos Estados Unidos.

Os signatários mostram o desejo de que o Executivo em Washington distinga certos setores de atividade nos quais consideram que o restabelecimento das sanções ao Irã - e empresas que comercializam com esse país - pode ter "efeitos extraterritoriais". Entre eles estão a indústria farmacêutica, automobilística e da aviação civil, além dos setores de saúde, energia e infraestruturas.

França, Reino Unido e Alemanha afirmam ter a mesma preocupação dos americanos sobre o que acontecerá com o programa nuclear iraniano depois de 2025, data em que acaba o acordo assinado, sobre o seu programa balístico e as suas intervenções na região. Mas consideram que pôr fim ao acordo nuclear de 2015 pode "desestabilizar ainda mais uma região onde novos conflitos seriam desastrosos", ao mesmo tempo que assinalam que "não há uma alternativa crível neste momento".