Governo do Peru declara emergência sanitária por migração da Venezuela
Publicado em 28/08/2018 - 15:11 Por Agência EFE - Lima
O governo do Peru declarou, nesta terça-feira (28), emergência sanitária por 60 dias em distritos da fronteira com o Equador pelo perigo iminente de afetar a saúde e o saneamento, diante do aumento da migração procedente da Venezuela.
De acordo com o decreto supremo publicado no Diário Oficial El Peruano, a declaração de emergência entra em vigor a partir da data de hoje nos distritos de Águas Verdes e Zarumilla, na província de Zarumilla, e no distrito de Tumbes, na região de mesmo nome, onde se encontra a passagem fronteiriça com o Equador e os escritórios binacionais de Migrações.
A solicitação de emergência foi apresentada pelo governo regional de Tumbes e pelo Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci), após a capacidade de resposta dos órgãos ter sido "ultrapassada" diante da entrada de milhares de cidadãos venezuelanos, nos dias anteriores ao último sábado, quando entrou em vigor a exigência de passaporte para entrar no Peru.
O êxodo de venezuelanos chegou ao seu ápice em agosto, quando mais de 5 mil cidadãos desse país chegaram ao território peruano em um só dia, incentivados também pela possibilidade de solicitar a Permissão Temporária de Permanência (PTP), que lhes permite trabalhar e residir legalmente no país, e que poderá ser solicitada até 31 de dezembro.
Com a declaração de emergência, o governo autoriza a região de Tumbes e diversos ministérios a executar ações imediatas e necessárias de redução do "risco muito alto", assim como de respostas e reabilitação caso seja necessário.
O Peru é o segundo país que abriga mais imigrantes venezuelanos, com cerca de 400 mil chegados no último ano, segundo os dados do escritório de Migrações, mas somente 75 mil têm o PTP, enquanto outros 100 mil ainda estão em trâmite.