Secretário da OEA não descarta intervenção militar contra Maduro
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, afirmou nesta sexta-feira (14) que não se pode descartar uma intervenção militar contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para dar fim ao sofrimento do povo venezuelano.
"Quanto à intervenção militar para derrubar o regime de Nicolás Maduro, acho que não devemos descartar nenhuma opção", afirmou Almagro em entrevista do lado colombiano da ponte internacional Simón Bolívar, a poucos metros da fronteira com a Venezuela.
Almagro, que visitou a cidade de Cúcuta para ver de perto a situação de milhares de venezuelanos que emigram diariamente do país natal por causa da escassez de alimentos e remédios, entre outras privações, acrescentou "que as ações diplomáticas estão em primeiro lugar", mas que não se podem descartar outras devido à gravidade da situação.
O chefe da OEA afirmou que não pode descartar a opção da intervenção militar "diante do que o regime de Nicolás Maduro está fazendo em termos de crimes contra a humanidade, violações dos direitos humanos, sofrimento das pessoas e o êxodo induzido que está impulsionando".
A entrevista coletiva também contou com o chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, e o diretor da Human Rights Watch (HRW) para as Américas, José Miguel Vivanco.
"O povo venezuelano hoje é vítima da repressão, mas uma repressão distinta, inclusive das demais ditaduras que tivemos no continente. Neste caso é a miséria, é a fome, é a falta de remédios como instrumentos repressivos para impor uma vontade política ao povo", declarou Almagro.
O secretário-geral da entidade comentou que nunca se viu no mundo um "um governo tão imoral" que "se nega a aceitar a ajuda humanitária quando está no meio de uma crise humanitária".
"Isso é absolutamente inadmissível, e não podemos permitir, a ajuda humanitária tem que chegar à Venezuela. O povo venezuelano pagou um preço mais que alto para recuperar sua liberdade, para recuperar sua democracia, e ainda não a recuperou" afirmou o diplomata, ao dizer que considera fundamental a ajuda da comunidade internacional, começando pela financeira, para enfrentar o êxodo que se estende por toda a América do sul.
"A comunidade internacional, definitivamente, tem que dar uma resposta para isto. A comunidade internacional é responsável e não pode permitir uma ditadura na Venezuela, uma ditadura que afeta a estabilidade de toda a região a partir do narcotráfico, do crime organizado, da profunda crise humanitária que criou", disse.