Mais de mil presos na Indonésia aproveitam terremoto para fugir
Mais de mil prisioneiros ainda estão foragidos na Indonésia, desde o dia 28 de setembro, quando a ilha de Celebes foi atingida por um terremoto de 7,5 graus e um tsunami que derrubaram os muros de seis prisões e centros de detenção.
Em Palu, cidade mais afetada pelo desastre, estão foragidos 314 detentos da prisão preventiva, 419 do presídio para homens, 44 de mulheres e 13 menores de idade, segundo dados do Ministério da Justiça.
Também não se apresentaram para as autoridades 235 internos no centro de detenção preventiva da cidade de Donggala e outros seis do presídio de Parigi Moutong.
"Há sanções rigorosas para os que excedem o prazo de uma semana para se entregar. Sugerimos que eles voltem para as prisões onde estavam", disse o secretário do Diretório Geral de Correções, Liberti Sitinjak.
Mais de 300 presos se entregaram às autoridades nos dias posteriores ao terremoto. A crise humanitária após o terremoto foi seguida de saques por parte dos moradores em Palu e outras cidades, depois que reduziram a presença de forças de segurança em caixas eletrônicos, postos de gasolina e comércios.
Ajuda
Organizações humanitárias informaram que as equipes de resgate da Indonésia começam a enviar a ajuda aos sobreviventes nas áreas mais remotas da ilha de Celebes afetadas há oito dias por um terremoto e tsunami que provocou mais de 1,5 mil mortes.
A população de Donggala e outras zonas de difícil acesso, como o município de Sigi, são alguns dos pontos onde começa a fluir a assistência prestada pelas autoridades e Organizações Não Governamentais, segundo disse à Agência EFE a porta-voz da Cruz Vermelha, Iris Van Deinse.
A organização distribuiu ontem lonas impermeáveis para mil famílias em Donggala e Balaroa, um dos bairros mais afetados de Palu, e onde o braço indonésio da Cruz Vermelha conta com sete caminhões-pipa com água potável, acrescentou Van Deinse.
Um helicóptero da Cruz Vermelha e outros do Exército sobrevoam as áreas que estão com acesso impedido para o fornecimento de mantimentos e ajuda básica para a população.
No dia 3, o governo indonésio aceitou a oferta de ajuda de 17 países dos 29 que se voluntariaram para o envio de aviões de transporte, geradores, tendas e tratamento de água.
No entanto, as autoridades indonésias mantêm restrições na colaboração de organizações internacionais, incluindo agentes de saúde e especialistas em busca e resgate, como os que chegaram da Índia, França e Espanha.
Enquanto isso, prosseguem os trabalhos para o restabelecimento na região quanto aos serviços básicos, como o fornecimento de energia elétrica.
Em Palu, bancos e comércios estão abertos e o caos na distribuição de alimentos, água e gasolina dos primeiros dias se acalmou com a chegada de várias organizações nacionais, partidos políticos e outros grupos que participam dos trabalhos de assistência.
Os corpos continuam sendo retirados com frequência das zonas mais afetadas, como a cidade de Petobo, ou Balaroa, onde as ONGs no local estimam que mais de mil pessoas podem estar soterradas.