Paraguai se apropria de imóvel apreendido de traficante brasileiro

Publicado em 15/10/2018 - 17:54 Por Agência EFE - Assunção

O procurador-geral do Paraguai, Sergio Coscia, anunciou hoje (15) o registro em nome do Estado de um imóvel, avaliado em US$ 6 milhões (cerca de R$ 22 milhões), confiscado em 2009 do traficante de drogas brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, que foi extraditado ao Brasil em 2017, após cumprir pena no Paraguai por lavagem de dinheiro.

Coscia informou em entrevista coletiva que esta é a primeira "vez na história do Paraguai" que são concluídos os trâmites de registro de imóveis em nome do Estado "provenientes de investigações do crime organizado".

De acordo com o procurador-geral, o imóvel em questão é o sítio "4 filhos", localizado no departamento de Concepción, que conta com três casas que pertenciam a uma empresa de Pavão. O local foi interditado em 2009 em uma operação contra o traficante, acusado de liderar de uma rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro entre Paraguai e Brasil.

O julgamento de Jarvis Chimenes Pavão, que foi detido naquela ocasião, se estendeu até 2014. A sentença foi dada em 2015, quando se iniciaram os trâmites para o registro do sítio em nome do Estado.

Coscia ressaltou que mais portas se abriram com esse registro. Segundo ele, "foi iniciado o procedimento" para que "muitos mais imóveis" relacionados com o crime organizado sejam "recuperados" pelo Estado.

A diretora da Secretaria de Prevenção de Lavagem de Dinheiro (Seprelad), María Epifania González, ressaltou a importância do fato e disse que "quando os bens retornam ao Estado, fechamos o círculo do sistema de luta contra o crime organizado".

Coscia, que não confirmou a futura utilidade do imóvel, afirmou que "com isto se comprova a firme intenção" do governo paraguaio "de não parar a briga contra o crime organizado".

Pavão cumpre uma pena de 17 anos de prisão por lavagem de dinheiro, narcotráfico e associação ao crime no Brasil, para onde foi extraditado pelo Paraguai em dezembro do ano passado, após ter cumprido uma pena de 8 anos no país vizinho por evasão fiscal e lavagem de dinheiro.

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