Juiz decreta pena de 3 anos de prisão preventiva para Keiko Fujimori

Publicado em 01/11/2018 - 07:07 Por Agência EFE - Lima

O juiz Richard Concepción Carhuancho, titular do Primeiro Tribunal de Investigação Preparatória da Sala Penal Nacional do Peru, decretou pena de 3 anos de prisão preventiva para a ex-candidata à Presidência da República e líder oposicionista Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. Ela é acusada de se beneficiar de um esquema de lavagem de dinheiro no financiamento da sua campanha presidencial nas eleições de 2011.

"Existe suspeita grave sobre a participação da investigada Keiko Sofía Fujimori no crime de lavagem de dinheiro, como líder de uma organização criada dentro do Força 2011", afirmou o juiz no texto sobre a decisão.

Justiça peruana determina libertação de Keiko Fujimori
A ex-candidata à Presidência do Peru Keiko Fujimori - Mariana Bazo/Reuters/Direitos reservados

O Força 2011 é hoje o Força Popular, partido presidido por Keiko Fujimori. Carhuancho considera que há elementos suficientes para suspeitar que a líder política ordenou à cúpula da legenda que lavasse grande quantidade de dinheiro. Por esse crime, ela pode ser condenada a pelo menos dez anos de prisão.

Risco

Após ler a resolução durante mais de sete horas, o magistrado  justificou a necessidade de que Keiko Fujimori fique em regime de prisão preventiva, devido ao risco de perturbação de provas e testemunhas.

O juiz citou, no texto da decisão, as declarações de testemunhas que afirmam que Keiko Fujimori se reuniu com o ex-juiz César Hinostroza, atualmente em prisão provisória na Espanha, para que ele a favorecesse em processos judiciais.

Hinostroza, acusado de liderar uma quadrilha na Justiça peruana, presidia a Segunda Sala Penal Transitória da Corte Suprema de Justiça do Peru, que julgaria dois recursos apresentados por Keiko para arquivar a investigação sobre lavagem de dinheiro.

O juiz também disse que entre o dinheiro lavado pelo Força 2011 há US$ 1 milhão da construtora brasileira Odebrecht, que procedia do departamento da empresa para pagamento de propinas em diversos países da América Latina, em troca de favorecimento na contratação para a execução de obras públicas.

A advogada de Keiko Fujimori, Giuliana Loza, apelou imediatamente contra a decisão.

 

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