Governo da França pede suspensão de protesto dos coletes amarelos

Publicado em 13/12/2018 - 12:52 Por Agência EFE - Paris

O porta-voz do governo da França, Benjamin Griveaux, pediu nesta quinta-feira ao movimento dos coletes amarelos que suspenda as manifestações previstas para o próximo sábado (15), o quinto consecutivo, diante da situação excepcional no país após o atentado em Estrasburgo.

Em entrevista à emissora Cnews, Griveaux considerou que "não é razoável" manter os protestos em um momento no qual as forças de segurança estão particularmente concentradas na busca do terrorista que provocou pelo menos três mortes em Estrasburgo.

Nos últimos quatro sábados, as forças de segurança francesas tiveram uma mobilização excepcional diante das manifestações dos coletes amarelos, que registraram momentos de grande violência em Paris nos três últimos fins de semana.

A isso se somam a busca pelo terrorista de Estrasburgo e o reforço adicional anunciado pelo governo após o atentado, o que pode sobrecarregar as forças de segurança, opinou Griveaux.

Além disso, o porta-voz do governo considerou que o presidente Emmanuel Macron já respondeu a algumas das reivindicações dos coletes amarelos e por isso pediu ao movimento a abertura de um período de diálogo.

Nesse mesmo sentido se expressou o presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand, que, em entrevista à rádio France Inter, indicou que "é hora de o movimento parar para iniciar a construção de um novo modelo francês".

Ferrand acrescentou que as propostas de Macron respondem às reivindicações iniciais dos protestos dos "coletes amarelos", que se referiam à melhoria do poder aquisitivo dos cidadãos.

O político também indicou que os cidadãos, os trabalhadores e os comerciantes devem recuperar sua plena liberdade de movimentos, que são restringidos pelos bloqueios de estradas promovidos pelos coletes amarelos.

Até mesmo a líder de extrema-direita Marine Le Pen, que apoia os coletes amarelos, considerou que o movimento tem que dar uma pausa após o ocorrido em Estrasburgo.

"Se este status de alerta terrorista for mantido, por definição isto inclui a proibição de manifestações", disse a deputada, que garantiu que não vai entrar em polêmicas sobre este assunto.

Apenas o líder esquerdista Jean-Luc Mélenchon pediu a continuação dos protestos e um quinto sábado de manifestações por todo o país.

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