Mourão sugere diálogo com Maduro como saída pacífica para a crise

Vice vê efeitos positivos na visita de Guaidó ao país

Publicado em 01/03/2019 - 16:58 Por Ana Cristina Campos - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, sugeriu hoje (1º) a abertura de diálogo com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no esforço de buscar uma saída pacífica para a crise venezuelana. Mourão lembrou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, conversaram por duas vezes – este ano e em 2018 -, demonstrando que o diálogo é o caminho para o entendimento.

“Alguém tem que conversar, né? O Trump não foi conversar com o Kim Jong-un?", disse o vice-presidente se referindo ao encontro de Trump e Kim Jong Un, ontem (28) e anteontem em Hanói, no Vietnã.

Para Mourão, a visita do autodeclarado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, gera efeitos positivos no cenário venezuelano e também externo. “O Guaidó está sendo reconhecido como presidente real, vamos colocar assim, da Venezuela. Ele veio aqui para mostrar para os venezuelanos que é recebido pelo presidente brasileiro. Acho que é isso.”

Vice-Presidente da República, General Hamilton Mourão, durante XI Reunião de Ministros das Relações Exteriores do Grupo de Lima
Mourão durante Reunião de Ministros das Relações Exteriores do Grupo de Lima, por Gabriel Cruz/VPR

Pela manhã, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que o Brasil está pronto para trabalhar pela legitimação internacional do governo de Juan Guaidó, e para mostrar a total ilegitimidade do regime do presidente Nicolás Maduro.

De acordo com o chanceler, a articulação com outros países acontece no âmbito do Grupo de Lima, instalado para tratar da crise na Venezuela. Araújo deu a declaração após reunir-se com Hamilton Mourão no gabinete da Vice-Presidência.

Reforma da Previdência

Mourão reiterou a disposição de Bolsonaro para conversar com os parlamentares sobre a reforma da Previdência. Segundo ele, houve uma interpretação equivocada sobre a possibilidade de rever as propostas de idade mínima para mulheres, reduzindo de 62 para 60 anos.

“O presidente mostrou que tem coisas que o Congresso poderá mudar ou negociar. Não que ele concorde”, disse. “O governo não tem que concordar. A partir de agora está na mão do Congresso. O Congresso é o local para discutir o assunto porque ali estão os representantes de todos os segmentos da população.”

Edição: Luiza Damé

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