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Internacional

Atirador é detido após massacre em bar gay nos Estados Unidos

Tiroteio matou pelo menos cinco pessoas e deixou 18 feridas
Carla Quirino - Repórter da RTP*
Publicado em 21/11/2022 - 08:57
Lisboa
Agentes do FBI do lado de fora do Club Q, em Colorado Springs
© Kevin Mohatt/Reuters/direitos reservados
RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Um tiroteio em uma discoteca LGBTQ em Colorado Springs, no estado norte-americano do Colorado, fez nesse domingo (20) pelo menos cinco mortos e 18 feridos. O presumível atirador, de 22 anos, foi dominado por clientes do bar e detido pela polícia. O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, considera que o país "não deve tolerar ódio" e apelou, uma vez mais, ao fim da cultura das armas.

O suspeito do massacre está sob custódia policial. Ele foi identificado como Anderson Lee Aldrich, de 22 anos. Transportava duas armas, incluindo uma espingarda de calibre pequeno para tiro de precisão a distâncias curtas ou médias, informou Adrian Vasquez, chefe da polícia local.

De acordo com Vasquez, aproximadamente a 0h de domingo, o atirador entrou no bar Club Q e começou a disparar contra os clientes. "Pelo menos duas pessoas no clube enfrentaram-no e conseguiram impedir que continuasse a matar", acrescentou.

O prefeito de Colorado Springs, John Suthers, descreveu a intervenção de vários frequentadores do clube como "incrível ato de heroísmo". Às 23h57 foi chamada a polícia, que chegou em três minutos.

"O incidente terminou às 12h02 e isso se deve, em grande parte, à intervenção de pelo menos um ou possivelmente dois indivíduos que subjugaram o homem”, disse Suthers, citado na BBC.

"Por mais trágico que seja esse incidente, poderia ter sido muito, muito pior, não fossem esses intervenientes heroicos", acrescentou.

O governador do Colorado e o dono do clube destacaram que "dezenas de vidas" foram salvas, aclamando a atitude dos clientes que dominaram o atirador.

A polícia ainda não divulgou informações sobre o motivo para o ataque, mas o Club Q, em comunicado, classificou o incidente de "ataque de ódio".

Massacre

A discoteca comemorava o Dia da Memória do Transgênero e o local estava cheio de pessoas dançando.

Joshua Thurman, de 34 anos, estava no clube no momento do tiroteio. Ele disse à publicação Colorado Sun que "pensou que os tiros faziam parte da música”, mas quando percebeu o ataque correu para se abrigar no camarim do bar.

"Quando saí, havia corpos no chão, cacos de vidro, copos partidos, pessoas chorando", descreveu. "Não havia nada que impedisse aquele homem de nos vir matar. Por que isso tinha de acontecer? Por que é que as pessoas tinham de perder as suas vidas?".

O barman Michael Anderson afirmou, por sua vez, ter ouvido três estrondos e visto o "contorno de uma arma" nas mãos do suspeito.

"Não consigo parar de pensar nas imagens da noite. Dos corpos, do sangue, dos vidros partidos, da carnificina nos destroços e de ver um lugar seguro transformado em zona de guerra", conta Anderson.

Norte-americanos "não podem tolerar ódio"

O presidente dos EUA, Joe Biden, reagiu ao incidente pedindo tolerância zero ao ódio. Os norte-americanos, disse, "não podem e não devem tolerar o ódio".

"Lugares que deveriam ser espaços seguros de aceitação e celebração nunca deveriam ser transformados em lugares de terror e violência. No entanto, isso acontece com muita frequência", disse Biden, citado em comunicado da Casa Branca.

O presidente norte-americano voltou a apelar para que se "faça mais" no sentido da regulação do porte de armas no país.

O tiroteio mais mortal da história do país associado a crimes homofóbicos ocorreu em 2016, quando 49 pessoas foram mortas no clube Pulse, em Orlando, na Florida.

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