Pesquisadores defendem novo fundo de compensação climática
Canalizar pagamentos de compensação climática por meio de fundos existentes não funcionará para comunidades vulneráveis, disse uma equipe de pesquisadores internacionais nesta terça-feira (1º), defendendo a criação de novo fundo.
A questão controversa de como os países vulneráveis, afetados pelas mudanças climáticas, podem ser compensados pelos ricos deve dominar as negociações da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) na próxima semana, no Egito.
Representantes dos quase 200 países que participarão da COP27 vão avaliar se devem criar algum tipo de fundo de compensação, demanda central dos países em desenvolvimento em todo o mundo.
Em relatório divulgado hoje, pesquisadores do Instituto do Meio Ambiente de Estocolmo apoiaram a criação de novo fundo.
Embora existam vários fundos para ajudar os países a reduzir as emissões de CO2 e se preparar para inundações, aumento do nível do mar e outros impactos climáticos, eles não podem ajudar os países a se recuperar de perdas e danos já causados por desastres naturais provocados pelo clima, dizem os pesquisadores. Isso se deve a atrasos crônicos no financiamento ou porque as comunidades beneficiadas têm envolvimento limitado na tomada de decisões, acrescentaram.
"Existem lacunas significativas nos mecanismos de financiamento climático existentes que tornam importante criar um mecanismo dedicado a perdas e danos", disse Ines Bakhtaoui, principal autora do relatório.
Por exemplo, a maioria dos financiamentos climáticos assume a forma de empréstimos, em vez de pequenas doações, que os pesquisadores disseram que apoiariam comunidades vulneráveis sem sobrecarregá-las com dívidas. O relatório sugeriu a formação de um fundo da ONU com regras simplificadas para facilitar o acesso ao dinheiro para os mais atingidos, ao mesmo tempo em que canaliza temporariamente a compensação por meio de fundos existentes enquanto o novo esquema é lançado.
“Atualmente, o financiamento climático é amplamente inacessível para os países e comunidades destinatários devido a requisitos rigorosos de proposta e credenciamento e longos atrasos na entrega”, afirmou o relatório.
Os Estados Unidos e a União Europeia se opõem a esse fundo devido a preocupações com seus passivos.
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