logo Agência Brasil
Internacional

Israel confirma morte de jornalista da Al Jazeera

Segundo militares israelense, ele era agente do Hamas
James Mackenzie - Repórter da Reuters
Publicada em 02/08/2024 - 09:42
Jeruzalém
Palestina- 13/07/2024 Acampamento na área de Al-Mawasi em Khan Younis, Gaza, após ataque israelense Pelo menos 71 palestinos morrem, dizem autoridades de Gaza, em ataque de Israel contra chefe militar do Hamas
13/07/2024
REUTERS/Mohammed Salem
© REUTERS/Mohammed Salem/Proibida reprodução

Os militares israelenses confirmaram na quinta-feira (1º) que mataram o jornalista da Al Jazeera Ismail Al-Ghoul em um ataque aéreo em Gaza, dizendo que ele era um agente do Hamas que havia participado do ataque a Israel em 7 de outubro.

A Al Jazeera rejeitou o que disse serem "alegações infundadas" que, segundo ela, eram uma tentativa de justificar o assassinato deliberado de seus jornalistas.

"A rede condena as acusações contra seu correspondente Ismail Al-Ghoul, sem fornecer qualquer prova, documentação ou vídeo", disse em um comunicado, acrescentando que se reservava o direito de tomar medidas legais contra os responsáveis.

A emissora do Catar disse na quarta-feira que Al-Ghoul e o cinegrafista Ramy El Rify foram mortos em um ataque israelense na Cidade de Gaza quando estavam em uma pauta para filmar perto da casa de Ismail Haniyeh, o chefe do Hamas morto no Irã no início do mesmo dia.

Os militares israelenses disseram que Al-Ghoul era membro da unidade de elite Nukhba, que participou do ataque de 7 de outubro e instruiu os agentes do Hamas sobre como gravar as operações, e disse que ele estava envolvido na gravação e divulgação dos ataques às tropas israelenses.

"Suas atividades em campo eram parte vital da atividade militar do Hamas", disseram em um comunicado.

A Al Jazeera disse que Al-Ghoul trabalhava para a rede desde novembro de 2023 e que sua única profissão era a de jornalista.

A emissora disse que ele havia sido preso e detido no Hospital Al-Shifa, na parte norte da Faixa de Gaza, quando foi tomado pelas forças israelenses em março, antes de ser libertado, o que, segundo a emissora, "desmascara e refuta a falsa alegação de sua afiliação a qualquer organização"

O governo israelense proibiu a Al Jazeera de operar em Israel, acusando-a de representar uma ameaça à segurança nacional.

A Al Jazeera, que tem criticado fortemente a campanha israelense em Gaza, nega ter incitado a violência.

O escritório de mídia do governo de Gaza, dirigido pelo Hamas, disse que a morte dos dois membros da equipe da Al Jazeera aumentou para 165 o número de jornalistas palestinos mortos por fogo israelense desde 7 de outubro.