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Internacional

Pequim acusa Washington de ter "dois pesos e duas medidas"

Fala se refere a postura com relação à imposição de taxas comerciais
Lusa
Publicado em 12/10/2025 - 13:03
Pequim
Bandeiras dos EUA e da China
08/04/2025. REUTERS/Tingshu Wang/File Photo
© Reuters/Tingshu Wang/Proibida reprodução
Lusa

A China acusou neste domingo (12) os Estados Unidos de terem "dois pesos e duas medidas" na sequência do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a imposição de taxas adicionais de 100% sobre mercadorias chinesas.

"A declaração norte-americana em questão é um exemplo típico de `dois pesos, duas medidas`", reagiu um porta-voz do Ministério do Comércio chinês em comunicado.

Donald Trump disse que esta atitude é uma reação à "postura comercial extraordinariamente agressiva" adotada pela segunda maior potência econômica mundial, que decidiu regulamentar mais as exportações de tecnologias relacionadas com terras raras, um setor particularmente estratégico.

Esta nova taxação, "além de qualquer tarifa que estejam pagando atualmente", deve ser aplicada a partir de 1 de novembro "ou antes", disse o dirigente norte-americano.

O gigante asiático é o maior produtor mundial de terras raras, materiais indispensáveis para a indústria, e Washington já acusava o país asiático de abusar da posição dominante.

Os novos controles, anunciados na quinta-feira (9) por Pequim, dizem respeito à exportação de tecnologias relacionadas à extração e produção desses materiais, de acordo com o ministério.

Uma "verdadeira surpresa" para Donald Trump, que considerou na sexta-feira (10) não ter mais motivo para se encontrar no final de outubro com o líder chinês, Xi Jinping, na cúpula de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), uma reunião que presidente norte-americano anunciou em setembro.

O Ministério do Comércio chinês considerou hoje que as ações de Washington "prejudicam gravemente os interesses da China e minam (...) o clima das discussões económicas e comerciais entre as duas partes".

"Ameaçar constantemente com taxações elevadas não é a abordagem correta para cooperar com a China", acrescentou.

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