Brasil terá centro de nanotubos de carbono, estratégico para o pré-sal
A sede definitiva do Centro de Nanotecnologia de Materiais de Carbono (CTNanotubos) começa a ser construída em janeiro de 2015, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec). Ela terá função estratégica para o setor de petróleo e gás nacional e deve ser concluída em 2017.
O coordenador do centro, Marcos Pimenta, disse que a unidade será responsável pela fabricação de nanotubos de carbono. “Vamos incrementar nanotubos de carbono em alguns tipos de plástico e de cimento para melhorar a propriedade desses produtos para o processo de extração do pré-sal”, ressaltou.
O CTNanotubos já está funcionando em um espaço provisório no BH-Tec, onde produz 50 gramas de nanotubos de carbono por dia. Quando o reator definitivo estiver pronto, permitirá ao centro elevar a produção “para vários quilogramas por dia de nanotubos de carbono”, disse Pimenta.
O centro desenvolverá pesquisas em nanotecnologia e dará ênfase ao desenvolvimento de nanomateriais à base de carbono, em especial nanotubos de carbono. Os investimentos para a construção da sede definitiva somam R$ 35,4 milhões, dos quais R$ 17,4 milhões são financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; R$ 14,8 milhões são aplicados pela Petrobras; e os restantes R$ 3,2 milhões pela Intercement, empresa parceira.
Segundo Pimenta, o que se pretende é melhorar o desempenho dos materiais. No caso do plástico, por exemplo, o objetivo é ter um material que seja ao mesmo tempo flexível, mas que não quebre nem rasgue. “Nosso objetivo, neste centro, é melhorar a propriedade de alguns materiais que vão ser usados no processo de extração de petróleo”, reiterou.
O trabalho é inédito no Brasil. Marcos Pimenta esclareceu que muitos grupos já estudam e produzem nanotubos de carbono no país, mas com finalidade acadêmica e, não, industrial. A ideia do centro é trabalhar sempre em parceria com empresas, atendendo à demanda de pesquisas.
A equipe que está trabalhando na sede provisória do CTNanotubos é formada por dez professores da Universidade Federal de Minas Gerais. A previsão é que, em cinco anos, a equipe crescerá para 50 pessoas, abrangendo físicos, químicos, biólogos e engenheiros.