Aécio promete levar UPPs a outros estados e combater crimes contra jovens
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, prometeu hoje (18) levar o programa de unidades de Polícia Pacificadora, criado no Rio de Janeiro, a outras regiões metropolitanas e aglomerados urbanos que sofram com áreas controladas pelo crime organizado. O presidenciável visitou, nesta manhã, o Morro Dona Marta, na zona sul do Rio, que foi o primeiro a receber uma UPP.
Aécio destacou os avanços que as UPPs proporcionaram às comunidades onde foram instaladas, mas disse que é preciso agora cuidar da segunda etapa: "emprego, saúde, educação de qualidade e cuidar das mulheres, pois elas são as mantenedoras da maioria das casas nessas comunidades e precisam ter também oportunidade de geração de renda." O candidato conversou com o comandante das UPPs, coronel Frederico Caldas, e com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, na sede da unidade do Dona Marta. "Meu governo vai planejar e articular uma política nacional de segurança e aproveitar de forma muito positiva a experiência das UPPs construída pelo estado do Rio."
Ele defendeu também mais atenção aos jovens, para acabar com o que chamou de "verdadeiro genocídio" que ocorre em várias partes do Brasil". "É aí que entra o governo federal, que até hoje tem sido omisso na questão da segurança pública. O governo federal tem que coordenar um trabalho que permita que as UPPs vivam sua segunda etapa."
Na sede da UPP, Aécio assistiu à apresentação de uma orquestra formada por jovens de comunidades pacificadas que fazem parte do programa Ação Social pela Música e se disse emocionado e inspirado. O candidato informou, na ocasião, que tinha um almoço marcado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas não divulgou detalhes sobre o encontro.
Ao deixar a sede da UPP, o presidenciável visitou a estação final do plano inclinado da comunidade e desceu o Morro Dona Marta acompanhado de correligionários, parando em pequenos empreendimentos comerciais e na associação de moradores. Aécio deu entrevista coletiva na chamada "laje do Michael Jackson", onde o cantor norte-americano gravou um vídeo e foi homenageado com uma estátua e um quadro de Romero Britto. Na entrevista, ele criticou a política econômica, classfcando de "pífio" o crescimento do país e afirmando que a inflação está saindo do controle: "O Brasil não pode se acostumar com a mediocridade de hoje", afirmou.
À tarde, Aécio se reuniu com correligionários e candidatos a deputado em um dos comitês de campanha, no Leblon. No início da noite, ele deixou o local, mas, antes, falou com a imprensa, sobre como pretende conduzir sua campanha. Na conversa com os jornalistas, o senador mineiro disse que pode haver convergências entre suas propostas e as de Marina Silva, que era candidata a vice-presidente na chapa do PSB, encabeçada por Eduardo Campos, e pode assumir a candidatura à Presidência com a morte do ex-governador pernambucano.
“As convergências, assim como as divergências, surgirão naturalmente durante a campanha", disse Aécio. Ele ressaltou, porém, que vai debater proposta no programa eleitoral com otimismo, olhando para o futuro. "Não vamos fazer campanha olhando para o retrovisor da história, tampouco preocupados com adversários. Eu quero é apresentar um novo projeto para o país”, explicou.
De acordo com a assessoria de Aécio, nesta terça-feira (19), ele participará de encontros com lideranças regionais nas cidades de Dourados, em Mato Grosso do Sul, e Cuiabá e Sinop, em Mato Grosso.
O texto foi ampliado às 19h58