logo Agência Brasil
Política

Reforma tem que discutir baixa presença de negros no Parlamento, diz ministra

A ministra Luiza Bairros, da Seppir, disse que o debate sobre a
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 19/11/2014 - 07:04
Brasília

© 18 16:46:05

A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse nessa terça-feira (18) que o debate sobre a reforma política também tem que incluir o tema da baixa representação de negros e mulheres no Parlamento.

A Comissão de Cultura promove audiência pública para debater o financiamento da política de incentivo à cultura e às artes negras em suas variadas linguagens (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A Comissão de Cultura promove audiência pública para debater o financiamento da política de incentivo à cultura e às artes negras em suas variadas linguagens. A audiência contou com a presença da ministra da Seppir, Luiza Bairros /Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Ela lembrou que, pela primeira vez, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) perguntou aos candidatos a cargos eleitorais sobre a cor da pele. Segundo a ministra, mesmo com a boa participação de negros e mulheres a cargos eletivos, a presença deles no Congresso ainda é pequena.

“O problema continua sendo a taxa de sucesso dessas candidaturas. As proporções de negros e de mulheres e a presença no Parlamento praticamente se invertem. Os homens brancos, que eram cerca de 42% dos candidatos, constituem quase 80% dos parlamentares eleitos”, disse.

Segundo o TSE, dos 513 deputados eleitos em 5 de outubro, 79,9% se declararam brancos; 15,7%, pardos e 4,29%, pretos. Nenhum se declarou indígena ou amarelo.

Luiza Bairros participou, na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. de audiência pública para tratar do financiamento da política de incentivo à cultura e às artes negras. Na sua opinião, o debate sobre a reforma política tem que levar em conta essas questões.

“Não restas dúvida que a maior presença de pessoas comprometidas com essa agenda de igualdade, seja de gênero, racial ou étnica aqui, dentro do Parlamento, facilitaria muito o debate de leis que favoreçam a igualdade racial e de gênero”, destacou.