Ao se despedir da CGU, Hage defende reforma política para combater corrupção

Publicado em 02/01/2015 - 19:54 Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil - Brasília

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da República (CGU), Jorge Hage, abre as comemorações do Dia Internacional contra a Corrupção (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Segundo Hage é preciso acabar com o financiamento empresarial de campanhas e partidosAntonio Cruz/Agência Brasil

Durante a transmissão do cargo de ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) para o novo ocupante do cargo, Valdir Simão, ocorrida hoje (2), o ex-ministro Jorge Hage defendeu a reforma política como uma das medidas para combater a corrupção no país.

Segundo Hage, que permaneceu oito anos no comando da CGU, é preciso acabar com o financiamento empresarial de campanhas e partidos. “É aí que se situa o nascedouro da maior parte da alta corrupção”, disse o ex-ministro, que defendeu ainda a adoção do financiamento público exclusivo de campanha.

Hage também defendeu uma reforma no processo judicial para agilizar o andamentos dos casos e eliminar a morosidade da Justiça. "[Ela] alimenta ainda a sensação de impunidade que precisamos superar.”

Durante seu discurso, Hage fez um balanço de sua gestão. Ele comentou a atuação da CGU nos casos envolvendo a Petrobras e disse que somente nos últimos meses foram instauradas mais de 30 processos contra dirigentes, ex-dirigentes e empregados da empresa, além de nove ações contra empresas suspeitas de fraude e pagamento de propina.

Hage disse ter a sensação de que o modelo de controle adotado pela União chegou ao “limite possível” e defendeu a ampliação da estrutura do órgão e mudança na legislação, entre elas, a aprovação do Estatuto da Empresa Pública e a criação de estruturas internas de governança nas empresas públicas e no governo que vão “muito além daquilo que fazem hoje as auditorias internas”.

O ex-ministro defendeu ainda maior articulação da CGU com outros órgãos como o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Advocacia-Geral da União. “Tal articulação é fundamental, até porque a corrupção é fenômeno multifacetado e complexo, que exige diversas formas e instrumentos para seu enfrentamento”, defendeu.

Hage disse também que é “inegável” que o Brasil evoluiu nos últimos 12 anos no combate à corrupção e creditou a mudança aos governos dos presidentes Luiz Inácio Lula da Sila e da presidenta reeleita Dilam Rousseff.

Edição: Fábio Massalli

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