Comissão de Ética pede esclarecimentos a Cardozo sobre encontro com advogados

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República pedirá informações ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o motivo de ter recebido advogados de empresas envolvidas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. A decisão foi tomada hoje (25), durante reunião do colegiado, ao analisar representação do PPS solicitando investigação sobre os encontros privados do ministro.
Segundo o presidente da comissão, Américo Lacombe, o pedido de explicações feito a Cardozo ainda não significa a abertura de um processo administrativo disciplinar para apurar o caso. “A representação foi distribuída para a relatora, dra. Suzana [de Camargo Gomes], que vai pedir informações e aí vamos ver o que acontece. Ele tem dez dias para responder, podendo pedir uma prorrogação”, afirmou Lacombe.
Ainda na reunião de hoje, a comissão ficou sabendo que as informações solicitadas sobre o processo referente a Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, foram enviadas pela estatal à comissão. O processo foi aberto para apurar eventual “sonegação de dados relevantes”, por parte de Cerveró, em parecer sobre a aquisição da Refinaria de Pasadena, na Califórnia (EUA), que elaborou para o Conselho de Administração da estatal.
“No caso do Cerveró, veio uma documentação imensa, chegou hoje, então o relator não teve tempo nem de examinar”, informou Lacombe. Segundo ele, o relator poderá estudar a documentação a tempo de, provavelmente, ser avaliada pelos integrantes da Comissão de Ética na próxima reunião, em março.
Outro processo que é objeto de apuração do colegiado, também sobre ex-diretor da estatal Renato Duque, o presidente disse que foram solicitadas informações ao Juiz Sérgio Moro, com o objetivo de receber algum documento por parte do magistrado que possa auxiliar os trabalhos.
