Itamaraty nega falta de apoio de embaixada brasileira a senadores na Venezuela

Publicado em 19/06/2015 - 17:22 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

O Ministério das Relações Exteriores rebateu hoje (19) as alegações de que o embaixador brasileiro na Venezuela, Ruy Pereira, não tenha dado o apoio necessário à comitiva de senadores que tentou visitar líderes de oposição ao regime de Nicolás Maduro.

Segundo um porta-voz do Itamaraty, a diplomacia brasileira adotou o protocolo usado em missões que não envolvem visitas de chefe de Estado, fornecendo apoio logístico e encaminhando os pedidos às autoridades venezuelanas.

De acordo com o porta-voz, existe diferença entre uma visita de chefe de Estado e as demais missões externas. Ele reiterou que a embaixada brasileira em Caracas prestou aos parlamentares todo o apoio devido.

Além de ter cedido o avião da Força Aérea Brasileira (FAB)  à comitiva de senadores, o Itamaraty pediu autorização de sobrevoo e de pouso da aeronave na capital venezuelana e alugou a van para os parlamentares.

Os senadores, ressaltou o porta-voz, foram recebidos pelo embaixador no Aeroporto Internacional de Maiquetía, a 21 quilômetros do centro de Caracas. Ruy Pereira e um diplomata de ligação, que ficava conectado por telefone com os parlamentares, seguiram em um carro na frente da van.

De acordo com o Itamaraty, o fato de a van estar escoltada por batedores indica que o governo de Nicolás Maduro tinha autorizado o deslocamento da comitiva para a Penitenciária de Ramo Verde.

O Itamaraty, no entanto, esclareceu que o embaixador brasileiro e o diplomata de ligação seguiam na frente da van apenas porque havia uma única rota de saída do aeroporto. De acordo com o porta-voz, a agenda da visita, inclusive o encontro com esposas de presos políticos na porta do aeroporto, foi inteiramente fechada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado sem intermediação do Ministério das Relações Exteriores.

Ao saber que os senadores não tinham conseguido ir à penitenciária, informou o porta-voz, o embaixador retornou ao aeroporto e despediu-se dos parlamentares. O protocolo diplomático estabelece a presença do embaixador no aeroporto tanto na chegada quanto na despedida.

Segundo o Itamaraty, havia possibilidade de os parlamentares passarem na embaixada brasileira após a visita ao presídio, mas os diplomatas não chegaram a saber se a comitiva tinha intenção de visitar o embaixador ou de retornar diretamente ao aeroporto.

Conforme o Itamaraty, o engarrafamento que impediu o deslocamento da comitiva foi provocado pela transferência a Caracas, no momento da chegada dos senadores, de um cidadão venezuelano extraditado pelo governo colombiano.

Edição: Maria Claudia

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