Conselheiros apostam no diálogo para encontrar soluções para o país

Publicado em 28/01/2016 - 15:48 Por Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil* - Brasília

Conselheiros que participam, nesta quinta-feira (28), da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico, o Conselhão, acreditam no diálogo para a busca de soluções para os problemas do país. A reunião ocorre neste momento, no Palácio do Planalto, com a presença dos principais ministros do governo, além de representantes da sociedade civil, do empresariado e de centrais sindicais,

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, a ideia de reunir diversos setores da sociedade para discutir os problemas do Brasil é um “golaço”.

Freitas comentou uma das propostas que podem ser discutidas pelo Conselhão, que é o uso de 10% do saldo do Fundo do Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia para o crédito consignado. Para o sindicalista, essa pode ser uma ideia viável, desde que usada para a qualificação do trabalhador e para investimentos que resultem na geração de empregos. “Acho que o Fundo de Garantia tem que ser usado em prol do trabalhador. Já tivemos utilizações do FGTS em outros governos por motivos horríveis”, disse o presidente da CUT, lembrando que a medida não deve colocar o fundo em risco.

Sobre a reforma da Previdência, ele disse que não é prioridade para o Brasil. “A prioridade para o Brasil é a discussão de um modelos diferentes de desenvolvimento. Queremos fazer a reforma política, a reforma tributária, para fazer com que os que não paguem impostos venham a pagar. O Brasil tem que ter uma mudança na política econômica, para que a economia seja indutora do crescimento”, afirmou.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, disse que medidas para estimular o crédito no país são importantes, mas ressaltou que é preciso investir em reformas mais contundentes, como a da Previdência, a trabalhista, a tributária e a administrativa. “Essas reformas é que vão dar sustentabilidade a uma política de longo prazo. Mas trabalhar em políticas que atuem rapidamente para alavancar o consumo e melhorar a situação do emprego e a atividade empresarial são importantes também”, disse. Para o presidente da CNI, será difícil conseguir consenso em um fórum tão eclético como o Conselhão.

Apelo ao diálogo

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, adiantou que fará, durante a reunião, um apelo para a reabertura de diálogo com o governo. “Com o diálogo, eu tenho a convicção de que vamos buscar medidas convergentes, pró-ajuste fiscal. Todos nós sabemos da importância do ajuste fiscal, mas também temos ideias pró-Brasil que não prejudiquem o ajuste fiscal”, disse.

Moan também comentou as medidas de incentivo ao crédito que podem ser anunciadas pelo governo. “O crédito sempre é importante, não só para o Brasil, mas para qualquer economia do mundo. Mas sobre as propostas em si, prefiro opinar após o anúncio.”

O escritor Fernando Morais disse que, por sua composição, o Conselhão é um mosaico que reflete a sociedade. “Não acredito que o Conselho seja para buscar solução consensual, até pelo fato de ter pessoas que atuam em áreas tão diferentes da sociedade é deliberado isso. Não acredito que se consiga consenso num colegiado tão grande, nem acho que é para isso.”

A reunião do Conselhão começou com a fala do chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro Jaques Wagner, que empossou os 92 conselheiros. O primeiro conselheiro a se pronunciar foi o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco. A presidenta Dilma Rousseff deverá fazer um pronunciamento ao final do evento.

*Colaboraram Ana Cristina Campos e Paulo Victor Chagas

Edição: Nádia Franco

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