Líderes da oposição criticam e veem com cautela pedido de prisão de Lula

Para o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), "não estão

Publicado em 10/03/2016 - 20:18 Por Mariana Jungmann – Repórter da Agência Brasil - Brasília

Cássio Cunha Lima (José Cruz/Arquivo Agência Brasil)

O líder do PSDB, Cássio Cunha Lima, criticou o pedido de prisão e pediu prudência  Arquivo/Agência Brasil

O pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou sentimentos de cautela e apreensão no Senado, inclusive entre os oposicionistas, nesta quinta-feira (10).

O líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB), disse que é preciso ter prudência e criticou o pedido de prisão preventiva de Lula, apresentado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

Os promotores pediram também a prisão preventiva de seis pessoas:  José Adelmário Pinheiro, Leo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS; Fábio Hori Yonamine e Roberto Moreira Ferreira, executivos da OAS; ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na Operação Lava Jato; Ana Maria Érnica, ex-diretora da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop); e Vagner de Castro, ex-presidente da Bancoop.

A Justiça ainda deve decidir se aceita o pedido e a denúncia apresentada ontem (9). Não há data para essa avaliação

"Não estão presentes os fundamentos que autorizam o pedido de prisão preventiva, até porque  o Ministério Público Federal e a Polícia Federal fizeram buscas e apreensões muito recentemente, à procura de provas. Vivemos um momento incomum na vida nacional. É preciso ter prudência”, afirma o líder tucano, em nota à imprensa.

O senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que foi ministro da Educação no primeiro mandato de Lula, também criticou o pedido de prisão do ex-presidente.

Brasília - Senador Cristovam Buarque (DF) anuncia, no plenário do Senado, desfiliação do PDT e entrada no PPS (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

"Não é um bom serviço ao Brasil", diz Cristovam Buarque, do PPS do DF  Arquivo/Agência Brasil

“Primeiro, em uma democracia, só se prende [uma pessoa] com uma justificativa muito robusta. Qualquer pessoa. Em um momento em que se tenta prender um ex-presidente da República, é preciso uma força muito grande que justifique – evidências, leis, argumentos. E eu espero que o Ministério Público tenha levado isso em conta”, disse Cristovam.

Para o senador, mesmo nesse caso, o pedido de prisão foi um “desserviço” ao país.

“Politicamente, em um momento como esse, tenho a impressão de que não é um bom serviço ao Brasil. Mesmo que venha com toda a robustez, e se não vier é um sinal muito ruim que pode ameaçar até o processo correto, normal, que a Operação Lava Jato vem tendo. Eu espero que o Ministério Público tenha razões muito sólidas, que todos os brasileiros digam: 'não havia outra coisa a fazer'. É isso que eu espero.”

Senador José Agripino Maia durante convenção nacional do Democratas (DEM), em Brasília (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

"Momento é de agir com sensatez", diz o presidente do DEM,  José Agripino MaiaArquivo/Agência Brasil

O presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), destacou que o momento é de agir com sensatez e prestigiar as instituições. Para o senador, como o embasamento do pedido está em segredo de Justiça, a decisão da juíza que analisará o caso é que dirá sobre a procedência dos fatos que levariam à decretação da prisão.

“É um momento de grande tensão. Trata-se da decretação de prisão preventiva de um ex-presidente da República que leva a que o país todo veja com muito equilíbrio os fatos que vão se suceder”, disse Agripino.

Sobre as manifestações contra o governo, marcadas para este domingo (13) em todo o país, Agripino pediu que todos ajam com “sensatez”. “Espero que as pessoas sejam respeitadas nas suas manifestações e que as pessoas que são adeptas do ex-presidente Lula entendam que a [possível] decretação da prisão será determinada por iniciativa de instituições que têm a obrigação de investigar, fazer cumprir a lei e fazer o país entender que ninguém está acima da lei”, afirmou.

Edição: Nádia Franco

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