Moreira Franco diz que habilidade de Temer será diferencial com o Congresso
Ex-integrante dos governos de Dilma Rousseff e de Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente um dos articuladores para um eventual governo de Michel Temer, Moreira Franco enumerou hoje (28) algumas estratégias diferenciadas que a Presidência da República deverá adotar na relação com o Congresso Nacional.
Perguntado sobre como seria feita, uma vez que o próprio vic-presidente, em outros momentos, foi encarregado de ajudar Dilma nessa aproximação com o Congresso, Moreira disse que “a história política de Temer é uma história parlamentar. Ele tem intimidade com as regras, com a vida e com o modo de fazer política. Esse conhecimento nos permitirá avançar, porque ele tem de ter serenidade, paciência, tolerância, temperança e razoabilidade para entender que precisamos somar, unir o maior número de partidos e forças políticas”.
No início da tarde, Temer recebeu as visitas dos senadores Cristovam Buarque (PPS-DF) e Magno Malta (PR-ES) e do deputado Roberto Freire (PPS-SP). Nenhum deles falou à entrada.
Tendo por base as conversas com o vice-presidente, Moreira Franco informou que Temer tem dito reiteradas vezes que o país precisa de uma pacificação “não só nas ruas”, e que há uma intolerância “muito grande na sociedade e que isso não é bom”. “Esse sentimento presente na sociedade brasileira penetra no plenário das duas casas legislativas. Não tenho dúvida de que a postura dos deputados estará de acordo com os rumores das ruas”, acrescentou.
“Ele é uma pessoa experiente e vivida. Conhece a vida parlamentar, econômica e política [do país]. E está conversando com as pessoas. Não tenho a menor dúvida de que, se isso ocorrer [Temer assumir a Presidência da República], ele estará preparado no dia seguinte para apresentar uma equipe com todas as condições de abrir perspectivas para o Brasil sair da mais grave crise econômica de sua história”.
Ocupando atualmente a presidência da Fundação Ulisses Guimarães, Moreira Franco disse não acreditar na possibilidade de servidores públicos insatisfeitos com a mudança na Presidência cometerem qualquer tipo de vandalismo, como apagar documentos ou bloquear computadores por meio da alteração de senhas.
“Não acredito que a presidenta permita que a equipe tenha uma atitude tão vândala, porque isso agrediria o próprio interesse do país. Esses dados são do país. O governo é dos brasileiros. Portanto, acredito que a responsabilidade com o povo brasileiro estará presente”, cocncluiu Moreira Franco.